domingo, 15 de janeiro de 2012

Rolex

         História do Relógio Rolex


Dizem que se alguém não tiver um ROLEX no pulso, na verdade não há pulso. E tecnicamente se não há pulso a pessoa está morta. Você algum dia já ouviu alguém dizer que um ROLEX falhou? Pois é, um ROLEX nunca falha. Verdade? Talvez sim, talvez não, o fato é que ele é conhecido por nunca falhar. Ver as horas em um ROLEX é apenas um detalhe.
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A históriaEm 1905, depois de estágios em relojoarias da Suíça, o alemão Hans Wilsdorf fundou com seu cunhado, o inglês Alfred Davis, a empresa Wilsdorf & Davis. Sediada em Londres, a empresa importava, montava e distribuía relógios com mecanismos suíços. O grande sucesso teve início com decisão tomada por Wilsdorf, no ano seguinte, em especializar-se somente em relógios de pulso, um mercado emergente naquela época. A produção incluía uma variedade de desenhos de caixas: casuais, formais e esportivas. Estes modelos eram vendidos para joalheiros, que posteriormente colocavam suas próprias marcas nos relógios. Por ser de fácil pronúncia em todos os países da Europa e curto o suficiente para se adequar a um mostrador de relógio, somente em 1908 o nome ROLEX foi adotado. A escolha do nome foi arbitrária, sem nenhum significado em especial, sendo a primeira marca a utilizar o sufixo “ex”. Porém, muitos acreditam que ROLEX provenha das palavras francesas “horlogerie exquise” (relojoaria requintada). Ele apostou nos relógios de pulso, pouco comuns na época em que se usavam peças de bolso. Mesmo sabendo que a precisão desses modelos precisava ser melhorada, pressentia que poderiam se tornar não apenas elegantes como também confiáveis. Foi criticado pelos conservadores, mas ganhou apoio dos atletas da época, que necessitavam consultar as horas de uma forma mais prática. Em 1910, Wilsdorf mandou um de seus relógios para ser testado na Escola de Horologia da Suíça. A ele foi concedida a primeira classificação de cronômetro para um relógio de pulso do mundo.- -
Outra validação ocorreu em 1914, quando o Observatório Kew de Londres certificou um relógio de pulso ROLEX com sendo tão preciso quanto um cronômetro marítimo. Foi a primeira vez que um relógio de pulso recebeu o status de “cronômetro” - uma classificação que, mesmo nos dias de hoje, é obtida por relativamente poucos relógios. Ele reconhecia como as principais necessidades de um relógio: primeiramente manter a hora precisa. E segundo ser confiável. Com o prêmio de “Cronômetro”, a exatidão da medida do tempo foi considerada sob controle, e Wilsdorf começou a trabalhar na melhoria da confiabilidade de seus relógios. Um dos principais problemas daquele tempo eram a poeira, o calor e a umidade que entravam progressivamente, através do fundo da caixa e da coroa, danificando assim os intrincados movimentos mecânicos. Para resolvê-lo, desenvolveu uma revolucionária coroa com dupla trava que era rosqueada na caixa, como a escotilha de um submarino, para criar um selo hermético, garantia de proteção otimizada para o mecanismo. Era o surgimento, em 1926, do modelo OYSTER, primeiro relógio a prova d’água do mundo. O nome foi dado quando Wilsdorf relembrou sua dificuldade em abrir uma ostra em um jantar.
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O primeiro relógio à prova d’água foi inteligentemente anunciado ao redor do mundo, e a ROLEX soube tirar proveito publicitário de sua superior qualidade. Naquele tempo, o público era particularmente cético se o relógio seria realmente à prova d’água. Contudo, após ver um relógio dentro de um aquário em uma vitrine, muitas pessoas eram convencidas. Esta campanha gerou uma enorme divulgação da marca ROLEX. Outro episódio que gerou divulgação para a marca ocorreu, quando no ano seguinte, uma jovem nadadora inglesa, chamada Mercedes Gleitzer, cruzou a nado o Canal da Mancha, que liga a Inglaterra à França, com um Rolex Oyster no pulso. Para divulgar o grande feito, Wilsdorf colocou uma foto da nadadora no jornal Daily Mail, ressaltando o feito com a frase “O maravilhoso relógio que desafia os elementos: à prova de umidade. À prova de água. À prova de calor. À prova de vibração. À prova de frio. À prova de poeira”. Se o primeiro Oyster tinha um defeito, este era a sua coroa. O relógio era hermético apenas quando a coroa estivesse rosqueada. Para desencorajar as pessoas à brincarem com a coroa, Wilsdorf veio com uma outra inovação que impulsionou a indústria relojoeira ainda mais à frente.
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Em 1931 inventou o rotor “perpétuo”, que literalmente dava corda ao relógio a cada movimento do pulso do usuário através de uma placa de metal semicircular, que sob a ação da gravidade, movia-se livremente para carregar a corda do relógio. O primeiro relógio automático de sucesso tornou-se a pedra fundamental do império ROLEX. O modelo Oyster Perpetual é o que realmente faz um ROLEX ser um ROLEX. Este modelo já sobreviveu às profundezas do oceano com Jacques Piccard e à conquista do Everest com Sir Edmund Hillary. Ele manteve a sua precisão em temperaturas abaixo de zero no Ártico, no escaldante deserto do Saara e na ausência da gravidade no espaço. Ignorou acidentes de aviões, lanchas e naufrágios, quebrou a barreira do som e foi ejetado de um caça a 22.000 pés. Quando chegou a Segunda Guerra Mundial, o nome ROLEX tinha tanto prestígio na Grã-Bretanha que os pilotos da Real Força Aérea (RAF) rejeitavam relógios inferiores distribuídos pelo governo e usavam seus soldos para quase esgotar o estoque inglês do ROLEX Oyster Perpetuals. A gentileza era devidamente recompensada: qualquer prisioneiro de guerra britânico cujo ROLEX fosse confiscado precisava apenas escrever uma carta para Genebra para receber sua reposição. Soldados ianques voltavam para casa com um novo souvenir em seus pulsos. E assim o romance dos Estados Unidos com a ROLEX começou.
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-No início dos anos 50, graças ao domínio total das técnicas de precisão cronométrica e impermeabilidade, a ROLEX começou a desenvolver relógios usados como instrumentos profissionais, cujas funções iam muito além da simples indicação das horas. Esses relógios eram destinados a novas atividades, como mergulho profissional, aviação, alpinismo e exploração científica. Com isso, a fama da marca aumentou ainda mais, e ROLEX se tornou um grande símbolo de status pelo mundo afora. Em 1953, membros de uma vitoriosa expedição ao monte Everest, chefiada por Sir John Hunt, usaram o Rolex Oyster em mais um grande teste para a marca. Embora tenha vivido em Genebra por 40 anos, Wilsdorf nunca se tornou um cidadão suíço. Ele morreu como cidadão britânico em 1960. Dois anos após sua morte, o quadro de diretores da empresa nomeou André Heiniger, aos 41 anos de idade, como o novo diretor geral da empresa. Tendo trabalhado com Wilsdorf por 12 anos, ele compartilhava a visão de seu patrão para a empresa, bem como seu alto nível de energia. Todos estes traços provaram-se inestimáveis quando a indústria relojoeira suíça começou a cair no esquecimento.- -A explosão do quartzo no final da década de 60 quase varreu o relógio mecânico da história. Com a substituição do trabalho intensivo do artesanato pela tecnologia digital de baixo custo, os japoneses deixaram a indústria suíça em estado crítico. Enquanto a maioria das relojoarias de Genebra embarcava febrilmente na moda do quartzo, a ROLEX resolutamente se agarrava às suas armas mecânicas. Quando a poeira assentou, mais da metade dos produtores de relógios de Genebra havia falido. Um terço dos sobreviventes, incluindo nomes de prestígio como Omega, Longines, Tissot e Rado acabaram incorporados por consórcios de investidores privados para evitar a falência. Este destino não afligiria a ROLEX, porque Hans Wilsdorf, ainda em vida, garantiu que ela nunca seria vendida. Em 1944, quando ficou viúvo, criou uma fundação com seu nome que ficaria responsável por perpetuar a marca e doar parte dos lucros.
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-Para quem passou um século ganhando dinheiro com a contagem do tempo, a atitude chega a ser estranha. A ROLEX não festejou os 100 anos de história em 2008. A badalada grife não perdeu a hora, só não queria fazer alarde. Assim mesmo, sem anúncios. Apenas o relançamento do relógio Oyster Perpetual Day-Date, de 1956, ícone na história da marca por ser o primeiro a mostrar o dia da semana por extenso. Há quem ache heresia, mas o anti-marketing da ROLEX é o seu principal marketing. São raras as aparições de seus executivos na mídia. O curioso é que a marca, contudo, é muito falada. Estima-se que ela seja uma das maiores compradoras de ouro da Suíça, matéria-prima crucial na produção de seus relógios. Suas peças são desejadas no mundo inteiro e seu rótulo é facilmente reconhecido.
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