domingo, 12 de fevereiro de 2012

História da Grife Hermès


Seus lenços são estampados com cavalos, escudos reais e índios. Suas bolsas e acessórios são escandalosamente laranjas em formatos estranhos. Seriam cafonas se não fossem assinadas pelo bom gosto da marca francesa HERMÈS (se pronuncia “êrmés”), sinônimo mundial de sofisticação em artigos de luxo com suas peças elegantes. A marca se especializou em vender sonhos, em traduzir, através de seus produtos, sua filosofia de trabalho e sua forma de enxergar o mundo, como confirma a frase “os melhores presentes vem em uma caixa laranja”. A marca francesa representa o que há de melhor (e mais caro) no mundo do luxo.
-
A história
A tradicional e sofisticada marca francesa HERMÈS, que ficou conhecida mundialmente pela cor laranja, começou sua história em 1837 quando um seleiro, Thierry Hermès, abriu uma oficina em Paris onde vendia acessórios em couro como baús para carruagens, selas, rédias, estribos, cintos com porta-moeda, botas e luvas (tanto longas como curtas). A oficina, localizada na parte de Paris conhecia como Grands Boulevards, onde na época soavam os cascos dos cavalos, foi chamada inicialmente de Caléche, que depois daria nome a um dos mais conhecidos perfumes da grife. Em 1880 foi instalada uma sofisticada loja no número 25 da rue Faubourg Saint-Honoré, época em que o filho de Thierry tomou conta dos negócios e passou a vender selas de cavalos para a aristocracia. Com o advento do automóvel, a marca se reinventou. A técnica do pesponto no couro foi adaptada às linhas de bagagens, bolsas e carteiras em 1918. Uma das novidades da década de 20 foi o lançamento, em 1923, das bolsas com zíper, uma grande novidade para época. Ainda nesta década, seu neto, Émile-Maurice, começou a desenhar roupas feitas de couro de veado. Isto culminou com o lançamento da primeira coleção feminina no ano de 1929.
-
- O principal negócio da empresa era a produção artesanal de peças de couro, apesar de ter-se tornado famosa por dois produtos: lenços de seda com motivos eqüestres e a bolsa de couro em forma de trapézio chamada “Kelly”. Esta bolsa deve a Grace Kelly a fama internacional que conquistou. A bolsa de couro Grace Kelly foi criada em 1935 e tinha um formato que lembrava um trapézio e a alça curta. O nome, adotado oficialmente em 1956, foi uma homenagem da marca à princesa de Mônaco, afinal ela jamais se separava da sua bolsa HERMÈS, principalmente em suas freqüentes aparições na cultuada revista americana Life.
-
- Em 1940, quando a Segunda Guerra Mundial fez praticamente sumir o estoque da embalagem de cor bege utilizada pela grife, precisou ser trocada pela única cor disponível: laranja. Era o início do surgimento de um símbolo da marca. Rapidamente, ter um produto embalado numa caixa laranja, sua cor oficial, passou a ser objeto de desejo de ricos e famosos. Quando Émile-Maurice morreu em 1951, seu genro Robert Dumas assumiu o comando da marca. Ele foi o responsável pela introdução das gravatas, malas de viagens, toalhas de praia e perfumes da marca no mercado. A tradição de criar objetos para a casa vem desde a origem da marca. No início, eram produzidas apenas pequenas peças como cinzeiros e toalhas. Em 1974, surgiu o departamento Maison, na loja de Faubourg, em Paris, com a venda dos primeiros conjuntos de toalhas impressas, conhecidas como Léopards. Atualmente, o departamento de lifestyle do grupo desenvolve coleções de mobiliário para escritório, mesa e tapeçarias. Nos anos 80, a marca francesa conquistou um ar despretensioso, sem jamais perder o glamour. Depois de uma passagem gloriosa do designer belga Martin Margiela, a HERMÈS contratou em 2003 o renomado Jean-Paul Gaultier para assumir o posto de estilista da grife. Gaultier, que ficou sete anos no comando criativo da marca, foi substituído em 2011 por Christophe Lemaire, que assumiu a divisão de prêt-à-porter.
-
- A chave do sucesso da grife francesa sempre foi à elegância e a sobriedade em suas coleções. HERMÈS não é uma marca que segue qualquer estilo. Na verdade, dita tendências, faz estilo. Sua união entre tradição e inovação, entre tecnologia e talento, é o segredo que confere tamanho frescor a uma marca nascida no século 18, que enlouquece as mulheres sofisticadas ao redor do planeta com suas famosas bolsas e echarpes. A demora em conseguir os itens mais celebrados da marca, como a Kelly, uma tradicional bolsa executiva, e a Birkin, feita especialmente para Jane Birkin (que é co-autora da bolsa), gerou uma das maiores lendas envolvendo a HERMÈS: a fila de espera. Atualmente a sexta geração da família ainda está no comando da empresa, representada por Pascale Mussard, que ocupa o cargo de diretora internacional.
-

              

História da Grife Donna Karan

   Por que será que, em meio a tantos novos estilistas, Donna Karan continua sendo a queridinha de nove entre dez mulheres? A resposta parece ser simples: ela apostou nas mulheres comuns - nem tão altas nem tão magras como gostariam de ser, mas que querem ser elegantes sem ter um corpo de modelo. Com um olho nas ruas e outro nas mulheres comuns, tornou-se a primeira estilista americana a influenciar o mundo com sua moda criativa e inovadora, com seu estilo urbano, sofisticado e acessível. Quem abrir o guarda-roupa de qualquer garota de razoável poder aquisitivo e muitas horas de compras em Nova York vai encontrar, com certeza, ao menos uma camiseta com as duas iniciais que fazem hoje o sonho de consumo de milhares de mulheres pelo mundo afora: DK.
-
A história
O destino de Donna Karan estava mesmo ligado à moda. Filha de um dono de armarinho e de uma modelo e representante de vendas de uma confecção, essa nova-iorquina nascida no tradicional bairro de Queens como Donna Ivy Faske, em 2 de outubro de 1948, teve sua primeira experiência profissional ainda no colégio, durante as férias de verão, ao trabalhar com a estilista Liz Claiborne. Mais tarde, freqüentou a Parsons School of Design, de Nova York, e logo nas férias do segundo ano foi contratada para desenhar para Anne Klein, famosa estilista de roupas esportivas para jovens mulheres, que foi a primeira a combinar vestidos e casaquinhos, vestidos de cintura justa com blazers e jaquetas de aviador.
-
-
Já formada passou um ano no ateliê antes de ir trabalhar para a Addenda, uma indústria de confecção. Em 1968, voltou para o ateliê de Klein e, após a morte de Anne, em 1974, ela e Louis Dell'Olio se tornaram co-estilistas da empresa para terminar uma coleção incompleta. Juntos, os dois deram nova vida às roupas da empresa, transformando modelos originais de sportswear em peças extremamente atuais, em sua modelagem simples e com preços acessíveis. Depois de 15 anos na Anne Klein, Donna sentiu o impulso de ter sua própria grife ao perceber sua dificuldade (e a de outras mulheres) para encontrar o que realmente precisava no guarda-roupa. “A idéia veio quando tentava limpar meu closet do excesso. Precisava tornar fácil a escolha de roupas pela manhã. Então, resolvi meu problema com o mínimo de peças coordenáveis de diversas maneiras”, costuma contar Donna Karan.
-
-
Junto com seu segundo marido, o escultor Stephan Weiss, montou um império que a colocou no mesmo patamar de importância de outros consagrados estilistas americanos, como Ralph Lauren e Calvin Klein. Em sua primeira coleção, introduzida em 1985, colocou na passarela uma mulher quase minimalista aos olhos da época, vestindo jérsei e crepe de lã, com botas pesadas e jóias assinadas por Robert Lee Morris. De olho nas ruas e nas mulheres comuns, que buscam a elegância, mas não têm tempo de sobra nem corpo de modelo, apostou na fórmula simples de valorizar os pontos positivos da silhueta feminina e disfarçar os eventuais defeitos.
- -
Ao se livrar dos excessos típicos dos anos 80 e direcionar sua produção para as mulheres comuns, Donna Karan descobriu o segredo do sucesso. Como não poderia deixar de ser, a fórmula de valorizar os pontos positivos da silhueta feminina e disfarçar os negativos deu certo e ela acabou estourando com um bodysuit preto (mais conhecido no Brasil somente como “body”), inicialmente com botões, para ser usado com calça, com saia, por baixo de casacos ou sozinho mesmo. Era modelado segundo os princípios das peças capazes de firmar o corpo e corrigir as imperfeições. Revolucionou o conceito da moda feminina na época ao lançar, o que, ela mesma chamava, de “Seven Easy Pieces” (sete peças de roupas fáceis), A idéia era disponibilizar um conjunto de peças coordenáveis e intercambiáveis que, combinadas, rendiam visuais incríveis em combinações diferentes e quase infinitas. Rapidamente também os sapatos DONA KARAN entraram na lista do “must have” de celebridades e muitas mulheres, se tornando uma espécie de objetos de desejo.
-
-Nascida e criada em Nova Iorque a estilista acertou ao associar sua marca à cidade, fonte de inspiração e lar das mulheres urbanas e dinâmicas, motivada pelo desejo de atender o público jovem e, especialmente, sua filha Gaby, com a criação de uma segunda marca, a DKNY (iniciais de Donna Karan New York) composta por peças e acessórios mais acessíveis. A marca virou um enorme sucesso mundial com suas peças descontraídas e modernas. Em dez anos o sucesso da marca DONNA KARAN estava consolidado, abrangendo roupas femininas, masculinas, linha jovem, lingerie, sapatos, acessórios em geral e perfumes. Nos anos seguintes inaugurou suas primeiras lojas âncoras em Londres (1994) e Nova York, e expandiu sua linha de produtos com o lançamento de roupas íntimas masculinas, coleções para casa, relógios, óculos e novos perfumes que se tornaram um sucesso em vendas.- -Em 2001, a empresa Donna Karan International (DKI), que atravessava uma fase de prejuízos econômicos, apesar de vender muito, foi adquirida pelo conglomerado de marcas de luxo LVMH, que pagou aproximadamente US$ 250 milhões. Em 2002, o fotógrafo Peter Lindbergh fez as fotos de um livro-catálogo com modelos vestindo a grife em meio aos ícones da cidade, como os táxis amarelos e a estátua da liberdade. Nos últimos anos, várias lojas foram inauguradas, especialmente em países do continente asiático, como China e Índia, e as marcas DONNA KARAN e DKNY licenciadas para outras categorias de produtos.
-




-
     

     


    

sábado, 4 de fevereiro de 2012

História da Grife Salvatore Ferragamo

         




Salvatore Ferragamo foi um artista em sintonia com o clima cultural de seu tempo. Inspirado, dedicou sua vida à arte dos sapatos. Para ele, assim como para sua marca, um pé bem calçado podia valer mais do que mil palavras. Perfumes e acessórios merecem destaque na elegante coleção de sua luxuosa grife, caracterizada por sofisticação, beleza, conforto e arte. Apesar de morto há mais de 50 anos, o sucesso dele perpetua-se pelo sucesso da sofisticada grife que leva o seu nome.

A história
Nascido em 5 de junho de 1898, em Bonito, vilarejo rural a 100 quilômetros de Nápoles, na Itália, Salvatore Ferragamo desde pequeno mostrou ter uma vocação: a de fazer sapatos. Aos onze anos foi aprendiz de sapateiro trabalhando junto com Luigi Festa, com que aprendeu tudo sobre a profissão, e aos 13 anos abriu uma sapataria em sua cidade natal, onde não se limitou a fazer reparos e confeccionar botas de fazendeiros, mas também desenhar modelos exclusivos e literalmente criar moda para os pés femininos. Perspicaz, o designer escolheu um domingo para inaugurar sua loja, que ficava exatamente em frente à igreja local. Depois da missa, uma pequena multidão de curiosos se aproximou e o sucesso foi imediato, apesar das piadas sobre a idade do pequeno empreendedor. Em 1912, aos 14 anos, o designer já contava com clientes nas cidades vizinhas e seis assistentes na loja. Foi quando, mais uma vez, sentiu que podia ampliar os horizontes e partir em busca de novos desafios. Dessa vez, embarcou rumo aos Estados Unidos para juntar-se aos irmãos mais velhos.

Decepcionado com a qualidade e o acabamento dos sapatos produzidos em série nas grandes fábricas de Boston, onde um de seus irmãos trabalhava, Salvatore foi ao encontro dos outros parentes em Santa Bárbara, na Califórnia, próximo aos grandes estúdios de cinema. A partir daí, abriu uma pequena loja para confecção e reparos de sapatos, passou a produzir modelos para figurino de cinema e, de quebra, começou a receber encomendas de calçados sob medida das maiores estrelas de cinema da época, como Ava Gardner, Marilyn Monroe e Greta Garbo. Enquanto isso, em sua constante busca por “sapatos que se ajustassem perfeitamente” ele estudou anatomia humana, engenharia química e matemática na Universidade de Los Angeles. Salvatore foi obrigado a se mudar para Hollywood por causa de sua clientela e lá abriu sua famosa Hollywood Boot Shop em 1923. Os personagens mais célebres do cinema foram seus clientes, e a Salvatore foram dados os apelidos de “sapateiro das estrelas” e “sapateiro dos sonhos”. Seu sucesso foi tamanho que a loja não conseguia acompanhar a demanda de pedidos e a mão-de-obra americana não podia confeccionar os sapatos com a qualidade que ele queria.

Assim, em 1927, ele decidiu voltar para a Itália, estabelecendo-se em Florença, cidade tradicionalmente riquíssima em artesanato. No ano seguinte estabeleceu uma primeira fábrica de sapatos totalmente confeccionados à mão, com uma equipe de 60 artesãos treinados diretamente pelo mestre, e uma loja no Palácio Spini Feroni. Lá, o sonho de um homem se transformou em uma empresa que passou a produzir mais de 350 pares de sapatos por dia. A fama de seus calçados, apreciados pela beleza e comodidade dos modelos e por sua refinada elaboração, se estendeu por toda Itália e pela Europa, fazendo do Palácio Spini Feroni, ponto de parada internacional dos atores de cinema.

Mas foi nos anos 30 e 40 que Salvatore mostrou a sua verdadeira inovação, desenvolvendo sapatos com novos materiais como celofane e cortiça, tudo graças à escassez do couro que tomou o mercado na época. Com a crise na Europa, ele começou a utilizar materiais mais baratos, como o cânhamo, a palha e os primeiros materiais sintéticos. Sua principal invenção foi uma palmilha compensada. Ele ficou conhecido por não gostar da produção em série porque acreditava que cada par deveria ser desenhado em detalhes. Sempre pensando no conforto, suas criações eram, além de belas, anatômicas. Assim como os grandes nomes do design inventou novas formas, baseando-se nas necessidades funcionais e estéticas, como o solado inclinado de cortiça, de 1937, projetado para dar maior estabilidade. O salto Anabela, de 1938, é outra prova disso. Sempre conectado com o mundo contemporâneo, Ferragamo era particularmente interessado em arte, design e arquitetura. O sapato que ele criou em 1939, por exemplo, com salto alto em mosaicos, remete a tendência da arquitetura utilizada no interior dos edifícios na época. O estilo dele era também caracterizado pelo forte uso de cores. Sua paleta de cores era composta por tons fortes e ousados, quebrando os padrões da época, que utilizavam as cores bege, branco e preto.

Apesar das sandálias de ouro, das plataformas multicoloridas, das sandálias romanas com tiras que se amarravam e dos sapatos com salto-agulha de metal, esses últimos imortalizados por Marilyn Monroe, o primeiro grande sucesso de Ferragamo foi a sandália invisível, de 1947, feita, em parte, com fios de náilon. A criação lhe rendeu naquele ano o prêmio Neiman Marcus (importante premiação de moda norte-americana que, até então, nunca havia sido concedida a um designer de sapatos). Outro destaque de sua carreira foi a sandália Calipso, produzida com tiras de cetim pretas, em 1955. Nessa época a marca SALVATORE FERRAGAMO era um verdadeiro sucesso.

Até 1957, o gênio italiano havia criado mais de 20 mil modelos e registrado 350 patentes. O estilista morreu no dia 7 de agosto de 1960, mas sua família continua à frente do ateliê, no Palazzo Spini Feroni, um prédio de características medievais que até hoje é mantido como sede da empresa, erguido em 1289 na Via Tornabuoni. Seus seis filhos e sua mulher Wanda herdaram o gosto pela perfeição e mantêm viva a história do pai dando continuidade ao trabalho artesanal, reeditando clássicos e lançando a partir dos anos 90 coleções de lenços, cosméticos, perfumes, óculos, prêt-à-porter e acessórios para homens e mulheres, um velho sonho do mestre Salvatore. Além disso, esta época foi marcada pelo início de uma forte expansão da marca no continente asiático, com inaugurações de lojas em Hong Kong e Xangai.

O crescimento contínuo do Grupo Ferragamo, que, em manobra pioneira, adquiriu a sofisticada grife francesa Emanuel Ungaro em 1996 e, desde 1997, também dirige três hotéis em Florença, permitiu que os mais de 20 herdeiros, entre filhos, primos e netos, participem ativamente dos negócios. Recentemente, em 2009, a marca ampliou sua rede de lojas para mais de 550 unidades, incluindo 19 novas lojas inauguradas em aeroportos. O crescimento continuou no ano seguinte, puxado principalmente pelos mercados asiáticos, especialmente a China, fazendo com que a marca italiana superasse US$ 1 bilhão em faturamento.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

História da Grife Victoria's Secret

                       VICTORIA'S SECRET


Desfiles de Natal feitos em plena cidade de Nova Iorque com ninguém menos que Gisele Bündchen com asas de anjos e lingeries. Para tanta ousadia, somente a marca VICTORIA’S SECRET levaria tanto mérito. A marca não reinventou a lingerie. Apenas as tornou mais sensual, ousada e chique. O que antes pertencia somente à esfera íntima de uma mulher, como o seu mistério e a sua sedução, está agora à vista para que todo mundo possa ver. E o melhor, qualquer um poder comprar não somente lingeries, mas fantasia, sedução e sexualidade, tudo com as famosas iniciais VS.
- A história A primeira loja da VICTORIA’S SECRET, nome inspirado pela admiração de seu fundador em relação a Rainha Vitória, foi aberta em 1977, localizada no Stanford Shopping Center na cidade californiana de São Francisco, pelas mãos de Roy Raymond por uma razão muito forte: na época, ele se sentia desconfortável ao ingressar nas lojas para comprar roupas íntimas para sua esposa. Justamente por esse motivo, o ambiente da loja foi criado com o intuito de fazer com que os homens se sentissem a vontade na hora de comprar ou escolher um lingerie: paredes de madeira, detalhes vitorianos e uma boa equipe de vendedoras, eram alguns dos muitos diferenciais da loja. Além disso, a VS, como a marca viria a ficar conhecida entre as consumidoras, inovou ao substituir os tradicionais racks lotados de calcinhas e sutiãs de todos os tamanhos, expondo os produtos de forma diferente: as peças de lingeries, que tinham um estilo sensual e ousado, eram emolduradas nas paredes.
-
- Outro fator de sucesso da loja foi proporcionar privacidade ao comprar roupas íntimas em um local especializado e não em lojas de departamento, onde o número de pessoas circulando era enorme, causando certo constrangimento. O sucesso inicial da nova marca foi traduzido nas vendas ao final de seu primeiro ano: US$ 500 mil. Era o começo da “revolução sexual” que transformaria o segmento de roupas íntimas nos Estados Unidos. Afinal, a delicadeza das rendas e estampas transformou o universo íntimo da mulher deixando-o muito mais sexy. Já ano seguinte foi lançado o famoso e cobiçado catálogo para compra por correspondência da VICTORIA’S SECRET, adicionando mais um canal de venda a seus produtos. A resposta do público ao catálogo foi imediata e enorme. - - Quando em 1982 a empresa foi comprada pela Intimate Brands por US$ 1 milhão, incluindo 6 lojas em atividade, um catálogo de 42 páginas e vendas de US$ 6 milhões anuais, a marca já era sinônimo de roupas íntimas sexy no mercado americano. A nova proprietária manteve a imagem da marca intacta e expandiu-a para os mais importantes centros comerciais americanos com aberturas de inúmeras lojas. Uma das primeiras ações tomada pelos novos proprietários foi acrescentar nas capas de seus catálogos fotos de casais em poses sensuais e modelos posando e desfilando com as roupas íntimas da marca. Em 1990 a VS se tornou a maior rede de lojas americana de roupas íntimas, atingindo US$ 1 bilhão em vendas. - - - Foi a partir da década de 90 que a VICTORIA’S SECRET começou a diversificar seus produtos com o lançamento da linha swinwear (composta por biquínis e maiôs) em 1991; roupas íntimas feitas de cotton em 1993; linha de cosméticos e o sutiã Miracle Bra, que aumentava o tamanho dos seios e se tronou um verdadeiro sucesso, em 1994; a linha de meia-calças em 1998; a linha de cosméticos e beleza VICTORIA’S SECRET BEAUTY, também em 1998; o perfume Dream Angels em 1999; a primeira linha masculina, chamada Very Sexy for Him e composta por perfume e loção pós-barba; e o perfume feminino Pink, em 2001. Outro fator de sucesso para aumentar o faturamento da marca foi o lançamento de seu comércio eletrônico (1998), que se mostrou rentável desde o primeiro dia. Além disso, este período foi marcado pelo grande número de novas lojas. - -
Porém as novidades não pararam por aí. Em 2004 lançou a linha VICTORIA’S SECRET PINK, composta por pijamas, lingeries, biquínis, acessórios, bolsas e cosméticos, voltada para um público adolescente e universitário, que rapidamente se tornou vital para o enorme sucesso da marca e sua popularidade entre as garotas americanas. Esta linha acabou se tornando uma espécie de marca para a VS, contando atualmente com algumas lojas próprias e faturando mais de US$ 900 milhões anualmente. Recentemente, em 2008, a marca lançou no mercado duas grandes novidades: a versão de seu site em espanhol e o sutiã BioFit Uplift, que se adapta ao tamanho e peso dos seios de cada mulher, disponível em 20 tamanhos e diferentes cores. Além disso, a marca introduziu no mercado suas primeiras coleções de sapatos e uma linha de roupas mais esportivas com vestidos, túnicas, camisetas, jeans, shorts, saias e calças legging.
- -
O sucesso da marca nas lojas dos aeroportos brasileiros vinha sendo tão acima das expectativas que a empresa elegeu o Brasil para abrir a primeira unidade no mundo no conceito batizado de varejo de viagem (travel retail). Em junho de 2009, sem nenhum alarde, a marca inaugurou uma loja de 80 metros quadrados no Duty Free do aeroporto internacional de Cumbica, em São Paulo. No espaço, são vendidas pela primeira vez no país peças da tão desejada grife americana como lingerie, roupa casual feminina, pijamas e acessórios. Até então, o Duty Free de Guarulhos só comercializava cosméticos e perfumes da VICTORIA’S SECRET. O sucesso foi tremendo: alcançou o equivalente a vendas anuais de US$ 10 milhões, cifra três vezes maior que a média de faturamento das lojas da grife nos Estados Unidos. Outras 17 lojas neste formato foram abertas pela rede americana em aeroportos de cidades como Nova York, Buenos Aires, Dubai, Cidade do México e Barbados. Além disso, seu novo perfume Sexy Little Things NOIR, conquistou diversos prêmios nos Estados Unidos. Em 2010 a marca inaugurou suas primeiras lojas no exterior, localizadas em Toronto e Edmonton no Canadá.
- - - - As Angels e o super desfile
A marca é conhecida pela sua linha de lingeries provocantes e sensuais, mas também pelo casting de supermodelos, conhecidas como ANGELS, que personificam o espírito da VICTORIA’S SECRET. Tudo começou exatamente no dia 1 de agosto de 1995 quando estreou no luxuoso hotel Plaza o Victoria’s Secret Fashion Show, pomposo desfile anual da marca, geralmente realizado na cidade de Nova York, que conta com a presença das supermodelos da marca, devidamente vestidas com lingerie e asas angelicais prá lá de sexy, e convidados especiais, atraindo centenas de celebridades, e sempre trazendo uma performance especial a cada ano. Em 1999 esse desfile foi transmitido pela televisão em horário nobre pela primeira vez, com uma audiência de 1.5 milhões de pessoas. Em 2006 e 2007 o desfile foi realizado na cidade de Los Angeles, e, no ano de 2008, em Miami, coincidindo com a reabertura do tradicional hotel Fontainebleau. No desfile de 2010, nada mais que 152 beldades mostraram sua beleza pelas passarelas do evento. Atualmente o evento deve ser a passarela mais bela e cara do mundo. Nos lendários desfiles da marca, hoje em dia transmitidos pela rede de televisão CBS, as moças mais exuberantes do planeta, em tecidos minúsculos, ambientam um show de U$ 10 milhões de investimento, 10 milhões de telespectadores e supermodelos estonteantes que, juntas, faturam acima de US$ 90 milhões ao ano.
- - - As Angels originais da VS, que estrearam a primeira campanha em 1997, eram: a dinamarquesa Helena Christensen, a holandesa Karen Mulder, a checa Daniela Pestova, e as americanas Stephanie Seymour e Tyra Banks. Entre as atuais VICTORIA’S SECRET ANGELS estão: as brasileiras Adriana Lima e Alessandra Ambrosio; as americanas Chanel Iman, Erin Heatherton, Lindsay Ellingson e Lilly Aldridge; a canadense Jessica Stam; a holandesa Doutzen Kroes; a australiana Miranda Kerr; a sul-africana Candice Swanepoel; Behati Prinsloo da Namíbia e a deslumbrante britânica Rosie Huntington-Whiteley. Outras beldades internacionais famosas como Naomi Campbell, Tyra Banks (1997-2005), Heidi Klum (1999-2010); Eva Herzigová, Karolina Kurkova (2005-2008), Selita Ebanks (2005-2008), Izabel Goulart (2005-2008) e Gisele Bündchen (2000-2007) já fizeram parte do estonteante casting da marca. Em 13 de novembro de 2007, Victoria’s Secret Angels tornou-se a primeira marca a ter uma estrela na famosa Calçada da Fama de Hollywood. - - - - A tradição
Em 1996 a VICTORIA’S SECRET lançou o suntuoso sutiã “Fantasy Bra” de US$ 1 milhão, o que chamou a atenção da imprensa mundial, gerando uma enorme exposição para a marca. Começava assim uma tradição da marca VS. Todo ano é escolhida uma supermodelo que usará o super sutiã em seu tradicional desfile anual. Em 2005, Gisele Bündchen usou um modelo (feito de seda vermelha e adornado com 1.300 pedras preciosas, a maioria diamantes e rubis) avaliado em US$ 15 milhões. Em 2006 foi vez de Karolina Kurkova usar outro modelo de US$ 6.5 milhões. Em 2007, a novidade foi que “Fantasy Bra” virou uma linha que incluí - além do sutiã - tanga, cinta-liga, bracelete e fivela. A coleção, que tinha a modelo Selita Ebanks como rosto (e corpo), levava US$ 4.5 milhões em diamantes, rubis, esmeraldas e safiras amarelas. Em 2008, o sutiã Black Diamond Fantasy Miracle Bra possuía 3.577 diamantes, 34 rubis, 2 diamantes negros de 50 quilates e um valor de US$ 5 milhões. A valiosa peça, desenhada pelo joalheiro Martin Katz, foi promovida pela modelo brasileira Adriana Lima.
- - Em 2009, não foi diferente. O Harlequin Fantasy Bra subiu à passarela adornando a linda modelo Marisa Miller, e foi desenhado exclusivamente para a marca por Damiani, o célebre designer da terceira geração de joalheiros italianos. Todo feito à mão, contava com 2.350 brilhantes aplicados em seu bojo, nas cores branca, champanhe e conhaque, além de um pêndulo de diamante em forma de coração de 16 quilates. No total, eram 150 quilates de diamantes em uma única peça. Além disso, o sutiã era muito versátil, pois tinha alças destacáveis e podia ser usado de cinco maneiras diferentes: modo tradicional, sem as alças, cruzado nas costas, frente-única e apenas com uma das alças. A peça era tão exclusiva que só estava à venda sob consulta. O preço? Míseros US$ 3 milhões. Recentemente, em 2010, o sutiã “Bombshell”, adornado por nada menos que duas mil pedras de diamantes, topázios e safiras, e custo estimado de US$ 2 milhões, foi apresentado ao público no corpo da brasileira Adriana Lima. - -
Mudança de imagem
A marca VICTORIA’S SECRET estava cansada de tanto sex-appeal. Em 2008 a tradicional e descolada marca deu uma guinada em sua imagem e posicionamento diante das consumidoras: a VICTORIA’S SECRET apenas queria ser feminina, sem perder a sofisticação. Segundo o presidente da empresa, a marca usou demais a palavra sexy e realmente se esqueceu de ser mais feminina. A nova postura veio em boa hora. A sensualidade, algo exagerado nas campanhas publicitárias da marca, afastava clientes mais conservadoras. Para outras, deixava a percepção de que aqueles produtos estavam distantes de sua realidade - e por isso, inacessíveis. Os números mostravam que a venda média por loja da rede tinha caído 1% em 2007. Por isso, a marca adotou uma postura menos focada na ditadura da magreza (e do tamanho 36) e mais na consumidora privilegiada de curvas. Na mídia, as mulheres apareceram mais cobertas. O material de seus pontos de venda privilegiou imagens de mulheres de roupas de algodão. Mas os sensuais, ousados e pomposos desfiles anuais não acabaram.
- - Outro bom indício foi a campanha protagonizada pela brasileira Adriana Lima no intervalo do Super Bowl, em fevereiro, nos Estados Unidos. A marca pagou US$ 3 milhões por 30 segundos do horário mais importante do ano da televisão americana. Colocou a moça de regata comprida e calcinha preta, brincando com uma bola oval. No final, a tirada: “Deixe o verdadeiro jogo começar”. Quase 104 milhões viram Adriana naquela noite. E 1.2 milhões de pessoas se conectaram ao site da marca imediatamente após a veiculação da peça. Mas a campanha não era sexy demais? “É de bom gosto e diferente de tudo o que já fizemos”, rebateu à imprensa local Edward Razek, diretor de criação da campanha. Era uma VICTORIA’S SECRET mais comportada e, por isso, sexy na dose certa.
-



- A evolução visual Recentemente a VS modificou sutilmente seu logotipo que ganhou uma nova tipologia de letra e abandonou de vez a cor rosa. - - -