quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

História da Grife Victoria's Secret

                       VICTORIA'S SECRET


Desfiles de Natal feitos em plena cidade de Nova Iorque com ninguém menos que Gisele Bündchen com asas de anjos e lingeries. Para tanta ousadia, somente a marca VICTORIA’S SECRET levaria tanto mérito. A marca não reinventou a lingerie. Apenas as tornou mais sensual, ousada e chique. O que antes pertencia somente à esfera íntima de uma mulher, como o seu mistério e a sua sedução, está agora à vista para que todo mundo possa ver. E o melhor, qualquer um poder comprar não somente lingeries, mas fantasia, sedução e sexualidade, tudo com as famosas iniciais VS.
- A história A primeira loja da VICTORIA’S SECRET, nome inspirado pela admiração de seu fundador em relação a Rainha Vitória, foi aberta em 1977, localizada no Stanford Shopping Center na cidade californiana de São Francisco, pelas mãos de Roy Raymond por uma razão muito forte: na época, ele se sentia desconfortável ao ingressar nas lojas para comprar roupas íntimas para sua esposa. Justamente por esse motivo, o ambiente da loja foi criado com o intuito de fazer com que os homens se sentissem a vontade na hora de comprar ou escolher um lingerie: paredes de madeira, detalhes vitorianos e uma boa equipe de vendedoras, eram alguns dos muitos diferenciais da loja. Além disso, a VS, como a marca viria a ficar conhecida entre as consumidoras, inovou ao substituir os tradicionais racks lotados de calcinhas e sutiãs de todos os tamanhos, expondo os produtos de forma diferente: as peças de lingeries, que tinham um estilo sensual e ousado, eram emolduradas nas paredes.
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- Outro fator de sucesso da loja foi proporcionar privacidade ao comprar roupas íntimas em um local especializado e não em lojas de departamento, onde o número de pessoas circulando era enorme, causando certo constrangimento. O sucesso inicial da nova marca foi traduzido nas vendas ao final de seu primeiro ano: US$ 500 mil. Era o começo da “revolução sexual” que transformaria o segmento de roupas íntimas nos Estados Unidos. Afinal, a delicadeza das rendas e estampas transformou o universo íntimo da mulher deixando-o muito mais sexy. Já ano seguinte foi lançado o famoso e cobiçado catálogo para compra por correspondência da VICTORIA’S SECRET, adicionando mais um canal de venda a seus produtos. A resposta do público ao catálogo foi imediata e enorme. - - Quando em 1982 a empresa foi comprada pela Intimate Brands por US$ 1 milhão, incluindo 6 lojas em atividade, um catálogo de 42 páginas e vendas de US$ 6 milhões anuais, a marca já era sinônimo de roupas íntimas sexy no mercado americano. A nova proprietária manteve a imagem da marca intacta e expandiu-a para os mais importantes centros comerciais americanos com aberturas de inúmeras lojas. Uma das primeiras ações tomada pelos novos proprietários foi acrescentar nas capas de seus catálogos fotos de casais em poses sensuais e modelos posando e desfilando com as roupas íntimas da marca. Em 1990 a VS se tornou a maior rede de lojas americana de roupas íntimas, atingindo US$ 1 bilhão em vendas. - - - Foi a partir da década de 90 que a VICTORIA’S SECRET começou a diversificar seus produtos com o lançamento da linha swinwear (composta por biquínis e maiôs) em 1991; roupas íntimas feitas de cotton em 1993; linha de cosméticos e o sutiã Miracle Bra, que aumentava o tamanho dos seios e se tronou um verdadeiro sucesso, em 1994; a linha de meia-calças em 1998; a linha de cosméticos e beleza VICTORIA’S SECRET BEAUTY, também em 1998; o perfume Dream Angels em 1999; a primeira linha masculina, chamada Very Sexy for Him e composta por perfume e loção pós-barba; e o perfume feminino Pink, em 2001. Outro fator de sucesso para aumentar o faturamento da marca foi o lançamento de seu comércio eletrônico (1998), que se mostrou rentável desde o primeiro dia. Além disso, este período foi marcado pelo grande número de novas lojas. - -
Porém as novidades não pararam por aí. Em 2004 lançou a linha VICTORIA’S SECRET PINK, composta por pijamas, lingeries, biquínis, acessórios, bolsas e cosméticos, voltada para um público adolescente e universitário, que rapidamente se tornou vital para o enorme sucesso da marca e sua popularidade entre as garotas americanas. Esta linha acabou se tornando uma espécie de marca para a VS, contando atualmente com algumas lojas próprias e faturando mais de US$ 900 milhões anualmente. Recentemente, em 2008, a marca lançou no mercado duas grandes novidades: a versão de seu site em espanhol e o sutiã BioFit Uplift, que se adapta ao tamanho e peso dos seios de cada mulher, disponível em 20 tamanhos e diferentes cores. Além disso, a marca introduziu no mercado suas primeiras coleções de sapatos e uma linha de roupas mais esportivas com vestidos, túnicas, camisetas, jeans, shorts, saias e calças legging.
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O sucesso da marca nas lojas dos aeroportos brasileiros vinha sendo tão acima das expectativas que a empresa elegeu o Brasil para abrir a primeira unidade no mundo no conceito batizado de varejo de viagem (travel retail). Em junho de 2009, sem nenhum alarde, a marca inaugurou uma loja de 80 metros quadrados no Duty Free do aeroporto internacional de Cumbica, em São Paulo. No espaço, são vendidas pela primeira vez no país peças da tão desejada grife americana como lingerie, roupa casual feminina, pijamas e acessórios. Até então, o Duty Free de Guarulhos só comercializava cosméticos e perfumes da VICTORIA’S SECRET. O sucesso foi tremendo: alcançou o equivalente a vendas anuais de US$ 10 milhões, cifra três vezes maior que a média de faturamento das lojas da grife nos Estados Unidos. Outras 17 lojas neste formato foram abertas pela rede americana em aeroportos de cidades como Nova York, Buenos Aires, Dubai, Cidade do México e Barbados. Além disso, seu novo perfume Sexy Little Things NOIR, conquistou diversos prêmios nos Estados Unidos. Em 2010 a marca inaugurou suas primeiras lojas no exterior, localizadas em Toronto e Edmonton no Canadá.
- - - - As Angels e o super desfile
A marca é conhecida pela sua linha de lingeries provocantes e sensuais, mas também pelo casting de supermodelos, conhecidas como ANGELS, que personificam o espírito da VICTORIA’S SECRET. Tudo começou exatamente no dia 1 de agosto de 1995 quando estreou no luxuoso hotel Plaza o Victoria’s Secret Fashion Show, pomposo desfile anual da marca, geralmente realizado na cidade de Nova York, que conta com a presença das supermodelos da marca, devidamente vestidas com lingerie e asas angelicais prá lá de sexy, e convidados especiais, atraindo centenas de celebridades, e sempre trazendo uma performance especial a cada ano. Em 1999 esse desfile foi transmitido pela televisão em horário nobre pela primeira vez, com uma audiência de 1.5 milhões de pessoas. Em 2006 e 2007 o desfile foi realizado na cidade de Los Angeles, e, no ano de 2008, em Miami, coincidindo com a reabertura do tradicional hotel Fontainebleau. No desfile de 2010, nada mais que 152 beldades mostraram sua beleza pelas passarelas do evento. Atualmente o evento deve ser a passarela mais bela e cara do mundo. Nos lendários desfiles da marca, hoje em dia transmitidos pela rede de televisão CBS, as moças mais exuberantes do planeta, em tecidos minúsculos, ambientam um show de U$ 10 milhões de investimento, 10 milhões de telespectadores e supermodelos estonteantes que, juntas, faturam acima de US$ 90 milhões ao ano.
- - - As Angels originais da VS, que estrearam a primeira campanha em 1997, eram: a dinamarquesa Helena Christensen, a holandesa Karen Mulder, a checa Daniela Pestova, e as americanas Stephanie Seymour e Tyra Banks. Entre as atuais VICTORIA’S SECRET ANGELS estão: as brasileiras Adriana Lima e Alessandra Ambrosio; as americanas Chanel Iman, Erin Heatherton, Lindsay Ellingson e Lilly Aldridge; a canadense Jessica Stam; a holandesa Doutzen Kroes; a australiana Miranda Kerr; a sul-africana Candice Swanepoel; Behati Prinsloo da Namíbia e a deslumbrante britânica Rosie Huntington-Whiteley. Outras beldades internacionais famosas como Naomi Campbell, Tyra Banks (1997-2005), Heidi Klum (1999-2010); Eva Herzigová, Karolina Kurkova (2005-2008), Selita Ebanks (2005-2008), Izabel Goulart (2005-2008) e Gisele Bündchen (2000-2007) já fizeram parte do estonteante casting da marca. Em 13 de novembro de 2007, Victoria’s Secret Angels tornou-se a primeira marca a ter uma estrela na famosa Calçada da Fama de Hollywood. - - - - A tradição
Em 1996 a VICTORIA’S SECRET lançou o suntuoso sutiã “Fantasy Bra” de US$ 1 milhão, o que chamou a atenção da imprensa mundial, gerando uma enorme exposição para a marca. Começava assim uma tradição da marca VS. Todo ano é escolhida uma supermodelo que usará o super sutiã em seu tradicional desfile anual. Em 2005, Gisele Bündchen usou um modelo (feito de seda vermelha e adornado com 1.300 pedras preciosas, a maioria diamantes e rubis) avaliado em US$ 15 milhões. Em 2006 foi vez de Karolina Kurkova usar outro modelo de US$ 6.5 milhões. Em 2007, a novidade foi que “Fantasy Bra” virou uma linha que incluí - além do sutiã - tanga, cinta-liga, bracelete e fivela. A coleção, que tinha a modelo Selita Ebanks como rosto (e corpo), levava US$ 4.5 milhões em diamantes, rubis, esmeraldas e safiras amarelas. Em 2008, o sutiã Black Diamond Fantasy Miracle Bra possuía 3.577 diamantes, 34 rubis, 2 diamantes negros de 50 quilates e um valor de US$ 5 milhões. A valiosa peça, desenhada pelo joalheiro Martin Katz, foi promovida pela modelo brasileira Adriana Lima.
- - Em 2009, não foi diferente. O Harlequin Fantasy Bra subiu à passarela adornando a linda modelo Marisa Miller, e foi desenhado exclusivamente para a marca por Damiani, o célebre designer da terceira geração de joalheiros italianos. Todo feito à mão, contava com 2.350 brilhantes aplicados em seu bojo, nas cores branca, champanhe e conhaque, além de um pêndulo de diamante em forma de coração de 16 quilates. No total, eram 150 quilates de diamantes em uma única peça. Além disso, o sutiã era muito versátil, pois tinha alças destacáveis e podia ser usado de cinco maneiras diferentes: modo tradicional, sem as alças, cruzado nas costas, frente-única e apenas com uma das alças. A peça era tão exclusiva que só estava à venda sob consulta. O preço? Míseros US$ 3 milhões. Recentemente, em 2010, o sutiã “Bombshell”, adornado por nada menos que duas mil pedras de diamantes, topázios e safiras, e custo estimado de US$ 2 milhões, foi apresentado ao público no corpo da brasileira Adriana Lima. - -
Mudança de imagem
A marca VICTORIA’S SECRET estava cansada de tanto sex-appeal. Em 2008 a tradicional e descolada marca deu uma guinada em sua imagem e posicionamento diante das consumidoras: a VICTORIA’S SECRET apenas queria ser feminina, sem perder a sofisticação. Segundo o presidente da empresa, a marca usou demais a palavra sexy e realmente se esqueceu de ser mais feminina. A nova postura veio em boa hora. A sensualidade, algo exagerado nas campanhas publicitárias da marca, afastava clientes mais conservadoras. Para outras, deixava a percepção de que aqueles produtos estavam distantes de sua realidade - e por isso, inacessíveis. Os números mostravam que a venda média por loja da rede tinha caído 1% em 2007. Por isso, a marca adotou uma postura menos focada na ditadura da magreza (e do tamanho 36) e mais na consumidora privilegiada de curvas. Na mídia, as mulheres apareceram mais cobertas. O material de seus pontos de venda privilegiou imagens de mulheres de roupas de algodão. Mas os sensuais, ousados e pomposos desfiles anuais não acabaram.
- - Outro bom indício foi a campanha protagonizada pela brasileira Adriana Lima no intervalo do Super Bowl, em fevereiro, nos Estados Unidos. A marca pagou US$ 3 milhões por 30 segundos do horário mais importante do ano da televisão americana. Colocou a moça de regata comprida e calcinha preta, brincando com uma bola oval. No final, a tirada: “Deixe o verdadeiro jogo começar”. Quase 104 milhões viram Adriana naquela noite. E 1.2 milhões de pessoas se conectaram ao site da marca imediatamente após a veiculação da peça. Mas a campanha não era sexy demais? “É de bom gosto e diferente de tudo o que já fizemos”, rebateu à imprensa local Edward Razek, diretor de criação da campanha. Era uma VICTORIA’S SECRET mais comportada e, por isso, sexy na dose certa.
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- A evolução visual Recentemente a VS modificou sutilmente seu logotipo que ganhou uma nova tipologia de letra e abandonou de vez a cor rosa. - - -

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