sábado, 17 de março de 2012

História da Grife Louis Vuitton

  HISTÓRIA DA GRIFE LOUIS VUITTON


Pense em uma marca luxuosa. Agora pense em bolsas e malas. Certamente a marca que lhe veio à cabeça é a francesa LOUIS VUITTON. Assim, de maneira simples, apenas com duas palavras, pode ser resumido o conceito que envolve duas das letras mais famosas do alfabeto conhecido por viajantes há mais de um século: L e V. Duas letras poderosas capazes de levar mulheres do mundo todo a ficar em uma fila de espera para comprar uma bolsa em valor que passam facilmente dos três dígitos. Ou ainda fazer duas mil japonesas passarem a noite em claro, na calçada, aguardando a inauguração de uma loja. O segredo de seu sucesso é aliar qualidade e exclusividade, criar objetos de desejo em número limitado, que muitas sonham ter, mas nem todas conseguem. A LV é muito mais do que uma grife: uma lenda.
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A história
Tudo começou em 1851, quando para cada viagem do imperador francês Napoleão III, era trazido ao Palais des Tuilleries um jovem aprendiz de maleiro para embalar a bagagem da imperatriz Eugênia. O rapaz chamava-se Louis Vuitton, um suíço criado em Paris e filho de um marceneiro, que em 1854 fundou a MAISON LOUIS VUITTON MALLETIER na Rua Neuve-des-Capucines, no centro da capital francesa, próximo à famosa Place Vendôme. E mesmo depois de aberta a loja, ele ainda produzia sob encomenda produtos exclusivos e únicos, como um baú que virava cama, sob solicitação de um explorador europeu; outro baú que virava charrete, para um viajante muito especial; e ainda, um baú flutuante para os praticantes de balonismo que volta e meia caíam no mar. No ano seguinte, a Maison transferiu a oficina e a residência familiar para a pequena cidade de Asnières-sur-Seine, localizada cerca de 30 quilômetros de Paris. Desta forma, a produção estaria mais próxima dos fornecedores da madeira que servia de estrutura para as malas. Além disso, a empresa aproveitaria do transporte fluvial para o escoamento de sua produção.
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Pouco tempo depois, em 1858, ele criou as primeiras malles plates, um novo formato de baú (com tampa reta, diferentemente do utilizado na época, com tampa abaulada para permitir o escoamento da água da chuva, leve e à prova d’água), que facilitava a arrumação nos porões dos navios e o empilhamento nos trens, e o revestiu com sua assinatura em cinza. Tudo para atender às madames da época que viajavam de navio e precisavam de uma mala que pudesse ao mesmo tempo transportar de tudo e com muita classe. O material utilizado era sempre o mesmo: madeira, zinco, cobre e lonas impermeáveis. A ferramenta: seu apuro artesanal que cativou muitos ricos e nobres da época. Com o crescimento da empresa e a divulgação da marca ao redor do mundo, Georges Vuitton, filho de Louis, uniu-se ao pai a partir de 1870 para a abertura de novas lojas fora de seu país de origem, que aconteceria somente quinze anos depois.
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Em 1876, a empresa teve que tomar sua primeira atitude em relação às imitações, mudando sua já famosa lona cinza do modelo Trianon para as listras beges e marrons. O posicionamento da marca em relação à viagem era tal que foram criados produtos sob encomenda para esse fim: a “mala-cama”, em 1879; a “mala-secretária”; a mala de sapatos; as famosas caixas de chapéus; e os reboques de camping. Em 1885 foi aberta a segunda loja em Londres, localizada na badalada Oxford Street e primeira fora da França. Com o passar dos anos seus produtos despertavam inveja e inspiravam imitadores. Georges Vuitton herda o poder criativo do pai e continua a inovação da marca ao criar, em 1888, como forma de boicotar as imitações, de uma nova impressão batizada de “Damier” em marrom e bege trazendo a inscrição “marque L. Vuitton déposée”, ou seja, marca registrada Louis Vuitton. Foi em vão. A primeira utilização dos tradicionais monogramas das letras LV, granulados e nas cores marrom e bege, juntamente com símbolos que reproduziam flores, que hoje é a marca registrada da LOUIS VUITTON, aconteceu somente em 1896 quando Georges, filho de Louis, que morreu três anos antes, mais uma vez tentava diferenciar seus produtos das inúmeras imitações que eram produzidas na época. Rapidamente, os baús e malas com monogramas da marca caracterizavam as pessoas ricas e de bom gosto nas viagens de trens e navios. E, depois, nas primeiras classes dos aviões. Georges também foi responsável pela criação dos fechos invioláveis que equipavam os produtos 
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O The Louis Vuitton Building foi inaugurado em 1914 na cidade de Paris, em um luxuoso endereço na Avenida Champs-Élysées, como a maior loja de produtos para viagem do mundo. Nesse mesmo ano, a empresa ampliou sua atuação internacional com inaugurações de lojas em Nova York, Bombaim, Washington, Londres, Alexandria e Buenos Aires. Em 1936, Georges Vuitton morre e, novamente, a empresa é passada para o descendente direto da família, seu filho Gaston-Louis Vuitton. Sedento pela descoberta de novos materiais, ele dedica-se com afinco ao seu objetivo, e em 1959, cria um tecido impermeável mais maleável à base de linho, algodão e PVC, utilizado como matéria-prima nos modelos de bolsas até os dias de hoje. Em 1977, Henry Recamier, genro da matriarca Renée Vuitton, assumiu o comando da empresa e iniciou a verticalização dos negócios. A empresa, então com apenas duas lojas, alcançou vendas de US$ 12 milhões e lucro de US$ 1.2 milhões. Em 1978, a primeira loja no Japão foi aberta e no início da década seguinte a expansão asiática chegou à Taiwan e a Coréia do Sul.
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Até meados dos anos 80, a LOUIS VUITTON parecia fadada a vender bolsas clássicas para um público pequeno, porém muito fiel. Em 1987, o magnata francês Bernard Arnault comprou a grife da família Vuitton e, com ela, ergueu os pilares do LVMH (Louis Vuitton Moët Henessy), maior conglomerado de marcas de luxo do planeta. Em um mundo globalizado, enxergou o potencial que um nome com a tradição da LOUIS VUITTON teria entre um público ansioso por consumir luxo de qualidade. Cultuada por esta qualidade, a marca começou a se preocupar em lançar tendências em 1996, quando convocou sete estilistas renomados - Helmut Lang, Azzedine Alaïa, Vivienne Westwood, Isaac Mizrahi, Romeo Gigli, Manolo Blahnik e Sybilla - para reinventar seus acessórios, em uma homenagem aos 100 anos dos famosos anagramas. Em 1992, a primeira loja em território chinês foi inaugurada, de olho na enorme população do país, que hoje é indubitavelmente uma grande potência consumista, especialmente no segmento de luxo. Mas a injeção de dinheiro não foi suficiente.
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Em 1997, Arnault contratou o estilista americano Marc Jacobs para renovar a LV e criar sua primeira coleção de roupas, além de sapatos, relógios e até jóias. Reconhecido nos Estados Unidos por sua modernidade, o estilista americano desembarcou em Paris como um quase desconhecido, mas mostrou a que veio logo na primeira temporada. Transformou as bolsas LV em coqueluche. Disposto a inovar, a célebre combinação do logotipo marrom e amarelo sobre o fundo de couro marrom, dando um ar contemporâneo com símbolos da cultura pop e cores novas, o americano vem convidando nos últimos artistas para experiências mais ousadas. Em 2001, Stephen Sprouse emplacou as bolsas grafitadas. Depois vieram o trabalho em patchwork da artista inglesa Julie Verhoeven, as cores fluorescentes do diretor teatral Bob Wilson e os mangás do desenhista Takashi Murakami. Em outra prova de ousadia, convidou a atriz Jennifer Lopez para ser garota-propaganda da grife francesa, logo ela, que, com seus decotes exagerados e combinações esdrúxulas, já foi eleita uma das mulheres mais mal-vestidas de Hollywood. Para o estilista, ela representa uma mulher influente, poderosa e cheia de glamour, do jeito que a cliente LOUIS VUITTON se sente com as criações da marca.
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Em 2004, quando comemorou seus 150 anos, a marca francesa inaugurou lojas em São Paulo, Cidade do México, Nova York, Cancun, Joanesburgo e República Dominicana, além da primeira loja global em Xangai na China. Os méritos de Marc Jacobs são reconhecidos por todos. Sob seu comando, a marca cresceu 80%. Há mais de 150 anos a LOUIS VUITTON conserva intacto o seu poder de atração, quer sobre as cabeças coroadas quer sobre as estrelas de Hollywood, de Cary Grant a Marlene Dietrich, de Sharon Stone a Jennifer Lopez. No segmento de malas, produto com o qual a tradicional marca iniciou sua escalada rumo ao sucesso, sua missão continua sendo fazer da viagem uma experiência pessoal e única. Mas sempre mantendo seus valores, que não mudaram desde o ano de sua criação: originalidade, espírito “avant-garde”, qualidade, “saber fazer” e paixão.
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A linha do tempo 
1901
 Com o lançamento da bolsa Steamer, confeccionada em lona grossa e muito resistente, criada para ser levada dentro das malas de viagens, a marca deu seu primeiro passo para a diversificação de produtos, ingressando no mercado de bolsas, carro-chefe da LOUIS VUITTON até os dias de hoje.
1929
 Lançamento do primeiro perfume da marca francesa.
1930
 Lançamento da Keepall Bag, a tradicional mala de mão, o item mais vendido da marca, e a primeira com tecido impermeável flexível.
1932
 Lançamento da bolsa Noé (estilo saco), um dos maiores sucessos da marca, que foi desenvolvida com a finalidade de carregar garrafas de champanhe, mas acabou se tornando uma mala de mão venerada por milhares de mulheres de fino trato no mundo.
1933
 Lançamento da bolsa Speedy, que se uniu à linha existente, aumentando ainda mais a gama de modelos de bolsas fabricadas pela marca. A bolsa, feita de couro com fecho de zíper e a alça curta, feita para ser carregada nas mãos, se tornou um ícone quando Audrey Hepburn solicitou o seu modelo nos anos 60.
1966  Lançamento da bolsa em formato cilíndrico Pappilon.
1985  Lançamento da linha Epi, composta por incríveis carteiras e malas de luxo, com cores brilhantes e chamativas.
1993  Lançamento da Taïga, uma linha de malas e pastas em couro para homens e mulheres de negócios, que se destacava por seu visual sóbrio, composta por peças em sua maioria de cor preta.
1994
 Desenvolvimento de produções editoriais, com o lançamento de uma série de publicações sobre viagens, intitulada “Voyager avec...”.
1996  Lançamento em comemoração ao centenário da estampa original criada por Louis de uma linha de carteiras que combinavam os famosos monogramas com detalhes em animal print.
1997  Lançamento de uma linha de canetas, desenvolvida por Anouska Hempel.
1998
 Lançamento da sua primeira coleção de roupas, assinada pelo estilista Marc Jacobs, ingressando de vez no mundo fashion.
 Lançamento da linha de sapatos e da linha de bolsas e carteiras envernizadas.
1999  Lançamento do Louis Vuitton City Guide, um guia turístico de cidades do mundo.
 Lançamento da coleção de bolsas Mini Monogram, uma linha muito prática, com detalhes em couro e de materiais livianos, respondendo à demanda de todas suas consumidoras.
2000  Inauguração de sua primeira loja no continente africano, localizada em Marrakesh no Marrocos.
2001  Lançamento da linha de jóias, tendo como primeira peça o luxuoso bracelete Charm.
 Lançamento de uma linha de bolsas com estampas Graffiti em colaboração com Stephen Sprouse, que causou frisson com modelos exclusivos vendidos apenas para clientes importantes da marca.
2002  Lançamento da linha de relógios com o modelo Tambour.
2003  Takashi Murakami colaborou com a marca criando os monogramas coloridos em 33 versões com fundos branco e preto, dando seqüência à união entre arte e moda. Também acrescentou flores ao tradicional monograma, mas apenas em algumas peças, cultivando o ar de exclusividade, fundamental para o sucesso no mercado onde atua a LV.
2005  Lançamento da nova coleção de relógios batizada Speedy.
2006
 Lançamento da linha Onatah que trazia Gisele Bündchen como garota-propaganda. Foi a primeira vez na história da grife que bolsas em camurça, onde as flores do tradicional monograma aparecem como desenhos muito delicados, foram perfurados na própria tela da bolsa.
2007  Lançamento em edição limitadíssima da Louis Vuitton Tribute Patchwork, uma bolsa feita de 15 partes das melhores bolsas da marca, que chegou a custar US$ 45.000.
2008
 Lançamento da linha Damier Graphite, com os tradicionais monogramas nas cores cinza e preta.
2009
 Lançamento da linha de sandálias Spicy, que se transformou em um verdadeiro sucesso, especialmente por ser vista nos pés de celebridades como Heidi Klum, Victoria Beckham e Madonna. Todos os seis modelos da coleção possuem mais de 11 centímetros de salto e estilos diferentes e únicos. São pedras, cordas e penas que marcam o calçado. Uma verdadeira obra de arte.
 Lançamento da coleção de jóias L’Ame du Voyage, criada por Lorenz Bäumer, responsável pelos diamantes lapidados no formato da flor do monograma da LOUIS VUITTON.
2010  Lançamento da linha Monogram Idylle, que apresenta bolsas de mão ou a tiracolo, e uma linha completa de viagem.
 Criação, a pedido da FIFA, de uma mala para guardar o troféu do Mundial de Futebol da África do Sul. A mala com detalhes de ouro 18 quilates e malaquita semipreciosa, coberta pelo icônico monograma da marca francesa e acompanhada por um par de luvas, foi feita à mão nas históricas oficinas da LV em Asnières.
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As lojas Visite qualquer uma das mais de 450 lojas da LOUIS VUITTON espalhadas pelo mundo e encontrará exatamente a mesma disposição na vitrine principal. Cada mês, exatamente no mesmo dia, o visual é alterado conforme o manual global de montagem de vitrines da marca. O grupo LVHM coloca toda sua ênfase no aspecto visual da marca LOUIS VUITTON. Tudo é cuidadosamente controlado, da maçaneta das portas à textura das paredes, o impecável chão de mármore italiano e às embalagens. Os balcões são feitos em bronze, com tampos de cristal “clear”, usado nas mais luxuosas joalherias do mundo. E até o controle de iluminação é minuciosamente projetado. Uma equipe, com cerca de 30 arquitetos, é responsável por criar as novas lojas da grife francesa. De suas mais de 450 lojas no mundo, 50 delas são consideradas“global stores”, como são chamadas as lojas que oferecem a linha completa da marca (composta por mais de 1.200 produtos).
A principal loja da marca é a Louis Vuitton Champs-Élysées, situada em uma das avenidas mais cobiçadas de Paris, e instalada em um prédio da década de 30 considerado patrimônio histórico da França. As outras lojas estão localizadas nas principais cidades cosmopolitas do mundo como Nova York, Milão, Londres, São Paulo, São Francisco, Los Angeles, Miami, Toronto, Vancouver, Praga, Madrid, Barcelona, Lisboa, Cannes, Lyon, Marselha, Berlin, Munique, Hong Kong, Dublin, Roma, Tóquio, Kuala Lumpur, Amsterdã, Cingapura, Zurique, Genebra, Dubai e Abu Dhabi, entre outras.
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Em 2010, a empresa decidiu abrir a mais moderna e luxuosa loja da grife no mundo, localizada na badalada New Bond Street em Londres. Para a missão de conceber a loja mais luxuosa da LOUIS VUITTON no mundo, o escolhido foi o arquiteto americano Peter Marino, que seguiu o conceito de Maison, ou seja, cada cômodo faz com que o cliente se sinta confortável como se estivesse em uma mansão residencial. Sob a direção criativa de Marc Jacobs, o espaço de 1.529 m² e três andares é também uma ode à arte cultural. Obras de artistas influentes da “new school” como Takashi Murakami, Jeff Koons, Basquiat, Damien Hirst e Richard Prince marcam presença na loja-conceito. A festa de inauguração da loja foi concorridíssima (apenas 350 convidados) e contou com a presença de estrelas, como Catherine Deneuve, Gwyneath Paltrow, Kirsten Dunst, Elle Macpherson, Jerry Hall, Alice Dellal, Pixie Gedolf, além de ter Alexa Chung como apresentadora do evento. Para animar os convidados, a diva Donna Summer soltou a voz.
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A qualidade A marca francesa possui 14 fábricas espalhadas pelo mundo. Uma visita à primeira fábrica da LOUIS VUITTON, localizada em Asniéres, no subúrbio de Paris, dá uma pequena amostra de como esse modelo de sucesso funciona. Construído em 1859, atrás da casa que já abrigou sete gerações da família Vuitton, o imenso galpão foi reformado em 2005. Mas, apesar de ainda ser chamado de oficina, e os funcionários de artesões, o clima interno é o mesmo de uma linha de produção, e o sistema adotado igualmente nas outras 13 fábricas ao redor do mundo. Cada unidade tem no máximo 250 funcionários, que trabalham em um esquema inspirado no modelo Toyota de produção.
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O processo de produção é de primeira. Os testes para avaliar a resistência dos produtos, por exemplo, são feitos em máquinas de raio ultravioleta a equipamentos que abrem e fecham o zíper das bolsas 5.000 vezes. Em vez de um artesão fazer uma bolsa do começo ao fim, como acontecia antes, as funções foram divididas. Cada bolsa é feita por um grupo de seis a doze funcionários. Além de tornar mais ágil a produção e ajudar a reduzir os defeitos, o novo modelo permitiu que a LOUIS VUITTON lançasse mais produtos a cada ano (em 2008 foram 71 modelos de bolsas lançados). O tempo para a chegada de produtos às lojas também foi reduzido à metade. Para isso, também foi importante a construção de um novo centro logístico. Localizado na cidade de Cergy, a 30 quilômetros de Paris, dali saem os produtos que serão enviados a seis centros regionais de distribuição espalhados pelo mundo. A marca LOUIS VUITTON ostenta o título de campeã de falsificações no mundo. Duas batidas policiais são feitas a cada semana no mundo, a pedido da empresa para tentar conter a falsificação de seus produtos.
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Apesar de possuir mais de 430 lojas espalhadas pelo mundo, a marca nunca perdeu o caráter da exclusividade. A LOUIS VUITTON possui um departamento de “Special Orders” (uma espécie de departamento de customização, que aceita pedidos de qualquer lugar do mundo), em que os clientes (consumidor final ou grandes empresas) podem realizar seus desejos mais extravagantes, por preços também pra lá de extravagantes. De lá saem produtos feitos sob medida, que não integram as coleções da marca, como por exemplo, um estojo com quatro hashis (tradicionais pauzinhos ou palitinhos orientais que servem como talheres), encomendado por uma grande empresa, que presenteou seus clientes vips com o mimo que conta com o tradicional monograma LV gravado na madeira; casas de cachorro e até mesmo roletas de jogo. A fábrica dirigida pelo presidente da empresa e bisneto do fundador da grife, Patrick-Louis Vuitton, fica na antiga casa da família em Asnières, um vilarejo às margens do Sena.
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Campanhas que fizeram história
Em sua comunicação a marca utiliza duas ferramentas principais: relações públicas e publicidade. A primeira baseia-se no mecenato cultural e esportivo. Ou seja, é o patrocínio ou a criação e desenvolvimento de atividades de cultura ou esporte. No setor cultural, criou, em 1985, a“Fondation Louis Vuitton”, que tem como objetivo divulgar artistas dos séculos XX e XXI, assim como clássicos de séculos anteriores no arquivo permanente. No esporte, desenvolveu uma famosa competição de regatas que leva o seu nome em 1983 (LOUIS VUITTON CUP). Em relação à publicidade o grupo LVMH sempre soube que o glamour de Jennifer Lopez e Scarlett Johanssen não cativaria todo o mercado masculino da LOUIS VUITTON. Baseada nisso, a marca francesa contratou em 2007 o ex-presidente russo, Mikhail Gorbachev, para protagonizar uma campanha publicitária de malas de viagem, fotografada pela renomada Annie Leibovitz. Na imagem, repleta de simbolismo, Gorbachev aparece sentado no banco de trás de uma limusine com uma mala LOUIS VUITTON ao lado, enquanto contempla, com nostalgia, o que restou do muro de Berlim. A forte imagem era complementada pela frase “A journey brings us face to face with oursekves”. Com esta nova campanha, mais sóbria e realista, a empresa visava atingir ao mercado masculino e a países emergentes como a China e a Rússia. O ex-líder soviético, inicialmente reticente à idéia, aceitou o papel em troca de uma doação da LOUIS VUITTON à sua organização de proteção ao meio ambiente, Green Cross International. O enorme sucesso da campanha levou a marca a contratar outros garotos-propaganda famosos como os ex-campeões de tênis André Agassi e Steffi Graf; a atriz francesa Catherine Deneuve; a bela Uma Thurman; o guitarrista dos Rolling Stones, Keith Richards (que posa com sua guitarra em cima de uma cama em um quarto de hotel onde lenços negros com desenhos de caveiras obscurecem a luz de uma lâmpada decorada com caveiras); o ator Sean Connery (fotografado perto de sua casa nas Bahamas); e a família Coppola.
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Em 2008 a marca veiculou pela primeira vez um comercial de televisão. Era um filme de 90 segundos, veiculado em canais selecionados via satélite, cabo e em cinemas de todo o mundo, que não anunciava um produto específico, mas sim promovia institucionalmente a própria marca e seus valores. Em 2010, a nova campanha da marca francesa, Core Values (em português: Valores Essenciais), mais uma vez buscou na ousadia da fotógrafa Annie Leibovitz seu principal atributo: trazia Pelé, Zidane e Maradona disputando uma partida de pebolim com a frase “três grandes jornadas, um jogo histórico”-
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Dados corporativos
● Origem: França ● Fundação: 1854 ● Fundador: Louis Vuitton ● Sede mundial: Paris, França ● Proprietário da marca: LVHM Group ● Capital aberto: Não ● Chairman & CEO: Bernard Arnault (LVHM)
● Presidente: Yves Carcelle ● Estilista: Marc Jacobs
● Faturamento: €3 bilhões (estimdo)
● Lucro: Não divulgado
● Valor da marca: US$ 21.860 bilhões (2010)
● Lojas: 450 ● Fábricas: 14 ● Presença global: + 70 países ● Presença no Brasil: Sim (6 lojas)
● Maiores mercados: Estados Unidos, Japão, China e França ● Funcionários: 9.600 ● Segmento: Moda de luxo ● Principais produtos: Bolsas, sapatos, canetas, jóias, relógios, roupas e acessórios
● Ícones: Os monogramas e a tradicional bolsa Keepall Bag ● Website: www.loiusvuitton.com
O valor
Segundo a consultoria britânica Interbrand, somente a marca LOUIS VUITTON está avaliada emUS$ 21.860 bilhões, ocupando a posição de número 16 no ranking das marcas mais valiosas do mundo.
A marca no mundo A marca tem atualmente 450 lojas exclusivas e 14 oficinas de produção, empregando mais de 9.600 pessoas e estando presente em mais de 70 países ao redor do mundo. Para se ter idéia do poder da marca, mais de 15% do faturamento do Grupo LVMH (que possui marcas como Fendi, Moët et Chandon, e Christian Dior, entre outras) provém dos produtos da LOUIS VUITTON. A metrópole com maior número de lojas da marca é Nova York, que em sua área metropolitana concentra 17 unidades, seguida por Tóquio com 12 lojas.
Você sabia?  Existe uma lenda acerca dos baús de viagem da LOUIS VUITTON: muitos que estavam a bordo do Titanic foram encontrados intactos, preservando inclusive o conteúdo.
 Hoje em dia, a casa dos Vuitton em Asnières abriga o museu Louis Vuitton, que pode ser visitado ao longo do ano sem necessidade de hora marcada. Lá é possível apreciar uma grande coleção de malas e baús antigos e ainda passear pelos ambientes da casa, como a sala toda decorada em estilo art noveau.
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quarta-feira, 7 de março de 2012

História do Estilista Marc Jacobs

    HISTÓRIA DO ESTILISTA MARC JACOBS

MARC JACOBS faz o que quer, inventa, arrisca, causa polêmica e, no fim, todos amam seu trabalho. Diretor criativo da luxuosa Louis Vuitton, sua marca própria, MARC JACOBS, causa verdadeiro furor entre as celebridades, conseguindo agradar moderninhos e socialites sem perder sua veia underground. O sucesso é tanto, que antes mesmo de lançar uma nova coleção suas peças são aguardadas ansiosamente pelo público.

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A história
Marc Jacobs, talvez o nome mais proeminente da moda fashion no mundo, nasceu no dia 9 de abril de 1963 em Nova York nos seios de uma família judia. Embora tenha sido criado em Nova Jersey, ele retornou a Nova York para cursar a New York High School of Art and Design, onde se graduou em 1981. Começou a ganhar destaque no mundo da moda quando ainda cursava a badalada Parsons School of Design. Isto porque ele desenhou suéteres em tamanho muito maior que os usuais para sua tese de conclusão do curso. Uma compradora da Charivari, uma tradicional boutique feminina da cidade e onde Jacobs já havia trabalhado como estoquista quando tinha apenas quinze anos, gostou e decidiu produzir uma edição limitada dos suéteres. Começava então, de forma tímida, a carreira de um dos maiores e mais ousados estilistas que o mundo já conheceu.
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Ainda em 1984, o estilista desenhou uma coleção para a empresa Reuben Thomas, sob a marca Sketchboock. Nessa época, juntamente com seu sócio e parceiro inseparável, Robert Duffy, ele fundou a Jacobs Duffi Designs, empresa responsável por cuidar de seus negócios. Somente em 1986 ele lançou sua primeira coleção feminina com a marca MARC JACOBS. No ano seguinte ele recebeu o conceituado prêmio de jovem estilista pela badalada The Council of Fashion Designers of America (CFDA). Tornou-se conhecido no mundo da moda em 1993, ao desenhar e apresentar uma coleção em estilo “grunge”, baseada no novo tipo de som e indumentária que vinha da cidade de Seattle, na costa-oeste, onde grupos de rock como Nirvana e Soundgarden e meninos com bermudas até o meio dos joelhos revolucionavam os costumes locais, para a tradicional marca Perry Ellis, na qual trabalhava desde 1989 e da qual era diretor criativo, sendo imediatamente demitido. Foi então que ele, ainda em 1993, resolveu fundar a Marc Jacobs International para cuidar dos interesses e expansão de sua marca nos Estados Unidos e em outros países.
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Rapidamente assinou seu primeiro contrato de licença com uma empresa japonesa, e, em 1995, uma segunda coleção de prêt-à-porter feminino foi criada com o nome de Marc Jacobs Look, passando a ser distribuída no mundo todo. Pouco mais tarde, depois de anos só produzindo e criando moda para o público feminino, ele resolveu lançar sua primeira coleção masculina. Em 1997 inaugurou sua primeira loja própria no descolado bairro do SoHo em Nova York. Até então os produtos da marca eram encontrados somente nas sofisticadas lojas de departamento. Apoiado por nomes importantes da moda, como Anna Wintour, a poderosa editora-chefe da revista Vogue, que abriu suas páginas para suas criações, Jacobs conseguiu proeminência sozinho no mercado, recebendo diversos prêmios de conselhos de moda nesta década.
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Mas o grande desafio de sua carreira seria assumido ainda 1997 quando ele foi contratado como diretor artístico da tradicional marca francesa Louis Vuitton. Sob seu comando, a centenária Louis Vuitton foi reinventada, ganhando uma modernidade que foi instantaneamente aprovada pelas consumidoras. Transformou a LV em um ícone da moda de luxo, lançando coleções de roupas, sapatos, jóias e relógios; e fazendo com que o faturamento da marca triplicasse em poucos anos. De roupas a acessórios e até a concepção das vitrines das lojas, o controle de Marc Jacobs é total na LV nos dias de hoje. Nos anos seguintes a ousadia do estilista, conhecido por não seguir as tendências universais da moda de cada estação, ficou cada vez mais evidente, como na coleção de 2004/2005, quando, ignorando o estilo safári seguido por outros grandes nomes do mercado, criou sua coleção baseada num estilo completamente feminino com seus modelos desfilando entre 450.000 rosas na passarela.
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Nos últimos anos, o grupo LVHM, que passou também a ser proprietário da MARC JACOBS, expandiu e acelerou o processo de internacionalização da marca própria do estilista com a inauguração de várias lojas nas mais badaladas cidades do mundo (incluindo Paris, Londres, Tóquio, Madri, Chicago, Moscou, Dubai, Doha, Seul, Beijing e Jacarta), além de ampliar consideravelmente o portfólio de produtos, que agora englobam desde perfumes, relógios, óculos e acessórios diversos até uma sofisticada linha de roupas para crianças. Outra estratégia da marca MARC JACOBS foi acelerar a abertura de unidades dentro de sofisticadas lojas de departamento na região asiática e no Oriente Médio. Ao longo de todos esses anos Marc Jacobs conquistou uma reputação tão alta que, em abril de 2010, a revista TIME apontou o estilista como uma das 100 pessoas mais influentes do mundo.
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A linha do tempo
1996
● Lançamento da primeira coleção masculina da marca.
2001
● Lançamento da Marc by Marc Jacobs, uma segunda linha de roupas e acessórios mais jovem e acessível.
● Lançamento do perfume feminino Marc Jacobs by Marc Jacobs.
2004
● Lançamento do perfume feminino BLUSH.
● Inauguração de sua primeira loja multimarca, localizada na cidade de Boston. Essa loja vendia produtos de todas as marcas do estilista sob um mesmo teto pela primeira vez.
2005
● Inauguração de três novas lojas na cidade de Los Angeles e uma unidade localizada dentro do luxuoso shopping Bal Harbour em Miami na Flórida.
● Lançamento da primeira coleção de relógios, em parceria com a Fossil.
2006
● Inauguração em janeiro da primeira loja própria no continente europeu, localizada na Palais Royal em Paris.
2007
● Lançamento da Little Marc Jacobs, uma completa linha de roupas e acessórios para crianças (meninas e meninos).
● Inauguração da primeira loja da marca em Londres.
● Lançamento da primeira coleção de óculos.
● Lançamento em setembro do perfume feminino DAISY.
2008
● Lançamento da primeira coleção de moda praia.
● Lançamento de edições limitadas de várias fragrâncias da marca.
● Inauguração de lojas próprias em cidades como Chicago, Paris Madri, Istambul e Atenas.
2009
● Lançamento da primeira coleção de moda praia para crianças.
● Lançamento do perfume feminino LOLA.
● Inauguração de lojas próprias em Milão e São Paulo. Com quase 400 metros quadrados, a loja de São Paulo abriga as linhas Marc Jacobs Collection e Marc by Marc Jacobs.
2010
● Lançamento do BANG, novo perfume masculino da marca, uma ousada combinação “apimentada”, que reúne pimenta branca e preta, além de base amadeirada, notas de vetiver, musgo branco e patchouli. Como não poderia faltar polêmica, a campanha de lançamento foi estrelada pelo próprio Marc Jacobs, que ousadamente aparecia nu para a divulgação de seu novo perfume.

terça-feira, 6 de março de 2012

História da Grife Versace

      HISTÓRIA DA GRIFE VERSACE




“Um estilista deve ser, antes de tudo, um costureiro”. Com esta declaração Gianni Versace se auto-definia com humildade. Ao longo de sua brilhante carreira ele provocou, chocou e emocionou a todos, com seu talento, audácia e inspiração. A melhor definição da badalada e chique grife italiana VERSACE é: uma provocação visual que não esquece nem o conforto dos materiais nem a liberdade da silhueta. O poder de sedução da grife é tão forte que se tornou a favorita de astros e estrelas como Madonna, Michael Jackson, Sting, Bianca Jagger, Elizabeth Hurley, Elton John, entre muitos outros, e virou símbolo de extravagância e sensualidade. Hoje em dia a grife italiana é mais um estilo de vida do que uma propriamente uma marca. Afinal, hoje em dia a VERSACE pode estar presente na sua casa, nas suas férias e também no seu armário.
A históriaO estilista Gianni Versace nasceu em uma família pobre na cidade de Reggio Calábria, região italiana da Calábria, no dia 2 de dezembro de 1946, e herdou o talento da mãe, Francesca, que dirigia um ateliê de costura. Trabalhou e aprendeu com ela por algum tempo, desenhando as roupas que eram vendidas com razoável aceitação, até que, aos 25 anos, em 1972, recebeu uma encomenda do dono de uma confecção chamada Florentine Flowers: deveria criar uma coleção, a ser produzida em Milão. O resultado foi um sucesso, logo seguida por outra coleção criada para a empresa De Parisini. A decisão, então, foi tomada: ele mudou-se para Milão, cidade onde começou a criar coleções para marcas importantes da época como Genny, Complice e Callaghan.

Em julho de 1977, a respeitada revista de moda norte-americana Harper’s Bazaar já previa uma carreira brilhante para o jovem estilista, que na época ainda criava para a Complice. Finalmente em 1978 o estilista fundou a VERSACE COMPANY em parceria com o irmão Santo, nomeado diretor geral, e sua irmã Donatella, responsável pelas campanhas publicitárias, e, no mesmo ano, lançou sua primeira coleção feminina, batizada de GIANNI VERSACE DONNA, na Galeria de Arte Permanente de Milão. Em setembro desse mesmo ano, lançou suas roupas masculinas, em sua própria loja, localizada na Via della Spiga. Logo, o “príncipe da moda”, como foi batizado mais tarde, havia se tornado o “queridinho” da mídia especializada e seu estilo já era inconfundível: a mulher VERSACE tinha uma imagem sexy e poderosa. Com seus cortes distintos, Gianni tinha a fama de ser um excepcional alfaiate, que adorava utilizar cores vibrantes e tecidos brilhantes, e não demorou muito para ganhar reconhecimento internacional. O estilo da marca se caracterizava pela escolha de tecidos inéditos e sua utilização criativa: a combinação de couro e seda, bordados e estampas, metais e plásticos.

Seu estilo encontrou nos anos 80 o ambiente perfeito para tornar-se um sucesso no mundo da moda. Com sua moda chamativa, de cortes distintos, além dos exageros bem calculados que remetiam muito ao excesso desta década, conquistou artistas, celebridades e até princesas. Lady Di era uma de suas amigas mais próximas e também uma cliente fiel, apesar de seu estilo sóbrio e elegante. Mais uma prova da genialidade do estilista. Em 1982 começou a fazer e criar roupas para óperas, balés e teatros, iniciando uma forte relação da grife com as artes.

O estilista italiano foi um dos primeiros a explorar o couro na alta costura, mostrando personalidade e inovação ao utilizar materiais inéditos a cada desfile. Criou o fenômeno da “top model”, afinal supermodelos como Claudia Schiffer e Cindy Crawford ganharam fama junto com a grife e se tornaram símbolos de beleza no mundo inteiro; e ainda participou ativamente de projetos do show business. Estava à frente de seu tempo, de seus colegas, mas soube cativar fãs e principalmente a crítica especializada. A década de 90 começou com a apresentação de uma coleção de alta-costura; a inauguração de lojas em Paris, Nova York e Londres; seguida, em 1994, pela loja âncora da marca em Kurfürtendann na cidade de Berlim.

Na manhã de 15 de julho de 1997, uma notícia abalou o mundo da moda: Gianni Versace foi morto com dois tiros na nuca na porta de sua mansão de 35 quartos, localizada na badalada Ocean Drive em South Beach, na ensolarada Miami, quando se preparava para uma breve caminhada matinal. O crime deu um final brusco e inesperado a uma carreira que ainda estava no auge. O assassino, Andrew Cunanan, um gigolô homossexual fanático por notoriedade, na época com 27 anos e suspeito de outros quatro homicídios, o que o caracterizava como provável assassino em série, se suicidou uma semana depois.

A tragédia deixou o mundo da moda perplexo, abalado e preocupado com o futuro de uma das grifes mais bem sucedidas da atualidade. Quem herdaria a missão de dar continuidade ao trabalho único de Gianni Versace? A resposta veio de forma rápida: Donatella Versace, a irmã mais nova de Gianni, que foi sempre sua musa e conselheira. Logo se firmou como braço direito do estilista, que não tomava decisões sem consultá-la. No início, cuidava dos ensaios fotográficos e das campanhas publicitárias. Mais tarde, passou a criar acessórios e, em 1993, já assinava coleções de roupas infantis para a Versace Young. Com sua paixão pelo universo pop, teve peso decisivo para dar um toque de contemporaneidade às campanhas publicitárias e, mais tarde, a Versus, a linha jovem da marca. Após a morte do irmão, assumiu automaticamente a diretoria de criação de todas as linhas, que vão do prêt-à-porter, passando pela Versus, o infantil, o jeans, até óculos, perfumes, maquiagem e acessórios, sempre auxiliada pela sobrinha Allegra Versace Beck (que ao completar 18 anos em 2004 se tornou dona de 50% do império VERSACE).

Com um novo olhar sobre o mundo em plena virada do século e uma nova estratégia de atuação, Donatella, definida como o alter ego do estilista, se lançou em busca de segmentos alternativos, mas não menos lucrativos, como por exemplo, o lançamento de uma linha de maquiagem, conhecida como VERSACE BEAUTY, e a inauguração de um complexo formado por um condomínio de luxo e um hotel cinco estrelas, o Palazzo Versace, na Austrália. Com muito talento e originalidade, a estilista manteve o clima de escândalo que sempre acompanhou as criações e a vida de Versace. O bom momento vivido pela grife italiana também coincidiu com a contratação de Gian Carlo Di Risio como CEO em 2004. Ele colocou a casa em ordem. Fechou mais de 40 butiques em todo o mundo, abriu escritórios em Nova York e Tóquio, além da filial de Milão, assumiu o controle da maioria das lojas, que até então eram franquias, e investiu em setores como hotelaria e decoração. O resultado: hoje a empresa respirou aliviada com um excelente lucro operacional e um saldo de caixa de milhões de euros. Recentemente a marca VERSACE inaugurou diversas lojas pelo mundo, sobretudo no continente asiático. Hoje em dia, a marca VERSACE, de imediato, nos remete a um glamour escandaloso, a uma sensualidade atrevida, à riqueza e à ousadia. Também nos faz lembrar de vestidos majestosos, estampas rebuscadas, decotes e fendas.

A linha do tempo1981 Lançamento do primeiro perfume feminino da grife italiana.1984 Lançamento do primeiro perfume masculino da marca, batizado de VERSACE L’HOMME.1989 Lançamento da VERSUS, segunda linha da grife, mais jovem e mais acessível.1991 Lançamento da VERSACE COUTURE JEANS, uma linha de roupas mais despojadas, em especial calças jeans.
Lançamento da linha SIGNATURE, com roupas de entonação clássica.
1992
Lançamento dos famosos corpetes VERSACE, uma fusão de maiôs da época com vestidos do século 18, com alças decoradas que faziam vezes tanto de ornamentos em estilo rococó quanto de fivelas funcionais.
1993 Criação da VERSACE YOUNG, composta por produtos direcionados para o público infantil.
Lançamento dos primeiros itens (tapetes, toalhas de mesa, lençóis, toalhas de banho e luminárias) para decoração com a assinatura GV HOME SIGNATURE.
1994 Lançamento, em parceria com Frank Muller, da primeira coleção de relógios da grife italiana chamada Atelier.
Lançamento da primeira coleção de jóias finas da grife italiana.
Lançamento dos famosos perfumes VERSACE BLUE JEANS e VERSACE RED JEANS.
1995 Lançamento dos perfumes VERSACE BLONDE for HER e VERSACE BABY BLUE JEANS.1996 Lançamento do perfume VERSACE GREEN JEANS.
Lançamento do clássico perfume VERSACE DREAMER.
1997 Lançamento do perfume VERSACE BLACK JEANS.
Lançamento de seus primeiros produtos de maquiagem.
1999 Lançamento do perfume masculino VERSUS.2000 Lançamento do perfume VERSACE ESSENCE.2001 Lançamento da primeira coleção de móveis da grife.2006 A Samsung uniu-se a Versus (linha de produtos da VERSACE voltada para os jovens) para desenvolver o design da linha de celular Samsung E500. Além de ter uma aparência totalmente feminina, este aparelho ainda possuía vários aplicativos onde além de tirar as fotos, havia também um contador de calorias. Vale ressaltar que a tela também podia ser utilizada como um espelho.2007 Apresentação do projeto para os helicópteros Agusta Westland. A parceria fashion une a tecnologia e a eficiência da Agusta Westland na fabricação de helicópteros de luxo com a irreverência e a criatividade da VERSACE em desenvolver exclusivos designs para o interior destas aeronaves, usando materiais de primeira linha e combinando elegância e conforto.2008 Inauguração da primeira loja VERSACE HOME, especializada em móveis e objetos de decoração.2009 Lançamento do perfume feminino VERSENSE, direcionado para uma consumidora mais jovem e moderna.
Lançamento da VERSACE COLLECTION, linha que custa aproximadamente 30% menos que a marca principal.
2011 Lançamento do perfume feminino VERSACE VANITAS, cuja campanha de lançamento trazia o rosto da linda modelo americana Lindsey Wixson, que com apenas 16 anos mostra uma carreira ascendente dentro do universo fashion.

Os íconesAlguns ícones do estilo da grife italiana são: a reprodução de obras de artistas como Andy Warhol (que teve seus trabalhos celebrados nas coleções da VERSACE em 1991 com referências a Marilyn Monroe e James Dean) e Klimt (serviu de inspiração para o estilista, que, em meados dos anos 90, criou vários modelos com estampas do artista) em suas coleções; aplicações de metal e efeito metalizado em tecidos fluidos; substituição de costuras por grandes alfinetes dourados; referências ao Barroco (no início dos anos 90, silhuetas sinuosas, estampas e acessórios com alusão ao barroco e aos mosaicos bizantinos marcaram a temporada da grife) e à Renascença; estampas que homenageiam as suas fontes de inspiração. Entre as suas criações mais famosas estão: o vestido safety pin, imortalizado por Liz Hurley, composto de alfinetes de segurança dourados que se prendiam ao tecido; sua coleção inspirada na Pop Art; a campanha protagonizada por Madonna em 2000; e o lançamento de sua linha de decoração que teve o ator Sylvester Stallone e Claudia Schiffer posando nus e escondendo as partes sexuais com um prato e um cinzeiro.

Moda com arteA inclinação para as artes era uma face marcante de Gianni Versace que, além de pintar elaboradas estampas, buscava inspiração em obras de artistas consagrados e muitas vezes as reproduzia em suas roupas. O italiano também revelou para o mundo o talento de fotógrafos como Helmut Newton, Herb Ritts, Steven Meisel, Richard Avedon e Bruce Weber. O estilista também se dedicou ao teatro e à dança, criando figurinos para vários espetáculos como o “Lieb und Leid”, balé inspirado na sinfonia do compositor austríaco Gustav Mahler, para o qual Gianni fez o figurino do espetáculo em 1983. Em toda sua carreira, procurou transportar seu estilo erudito para o universo pop da moda, reciclando as suas referências à Renascença e ao Barroco para adaptá-las à mulher contemporânea. Essa paixão pelas artes se estendeu à encenação que é inerente ao universo da música, seja ópera ou rock - e a atração entre VERSACE e esses artistas era mútua. Elton John (o figurino da turnê mundial em 1992 foi criado por VERSACE), Prince, Sting (emprestou sua imagem e extravagância em 1993 para uma campanha da grife, vestindo terno, gravata e botas vermelhas), Madonna, Bon Jovi e Courtney Love já apareceram em suas campanhas e a maioria deles manteve uma relação de amizade e parceria com o estilista. Ele sempre soube captar muito bem a extravagância peculiar desses artistas e vesti-los como verdadeiros ícones de seu tempo, enquanto emprestavam sua imagem e seu apelo junto ao público para promover a marca italiana.

Os hotéisNos últimos anos, várias grifes de moda anunciaram a criação de hotéis, migrando do segmento de varejo de produtos para o de serviços e abrindo uma nova fronteira de crescimento. A VERSACE foi uma delas ao inaugurar em setembro de 2000 o PALAZZO VERSACE, na cidade de Brisbaine, localizado na região chamada Costa Dourada (Golden Coast) da Austrália, sendo o único hotel seis estrelas do país e que consumiu investimentos de US$ 300 milhões. No Palazzo, reina a opulência, bem ao estilo VERSACE. Medusas estão por toda parte e a arquitetura lembra os palácios europeus. As ruas de acesso são de mosaico de pedras, trazidas da Itália; o lustre da entrada, de 750 quilos, costumava ornar a biblioteca pública de Milão; os pisos são de mármore de Carrara com trechos de mármore azul, uma raridade importada do Brasil.

Dos guardanapos ao sabonete do lavabo, tudo no hotel foi pensado para que o hóspede “respire” o estilo rebuscado da marca. Cinco lagoas “man-made” circundam o hotel: são de água salgada tratada, aquecida a 25 graus. Há uma marina exclusiva para os hóspedes, que funciona 24hs, além de um luxuoso spa. Na butique, claro, vende-se de tudo da marca: bolsas, perfumes, roupas, acessórios, louça e maquiagem. O Palazzo conta com 205 quartos, incluindo duas suítes de 160 metros quadrados. Há também 72 condomínios, como são chamadas as áreas com dois ou três quartos interligados, com cozinha e lavanderia. O exclusivo hotel já recebeu mais de 420 mil hóspedes desde sua inauguração, entre eles celebridades como Emma Thompson, Rod Stewart e os Rolling Stones. Em 2012, um segundo hotel será inaugurado em Dubai. O hotel de altíssimo luxo será composto por 213 quartos, 163 chalés de luxo, uma praia com sistema de refrigeração no solo, que mantem a areia a 22°C, e um sistema de refrigeração para formar uma brisa. Além disso, terá três piscinas com peixes e corais, lagos exuberantes, restaurante, bares, luxuosíssimo SPA, e claro, uma loja da grife italiana.

O símboloO logotipo da marca VERSACE é a imagem mitológica da cabeça de mulher com serpentes no lugar dos cabelos. Segundo os gregos, era uma divindade cujo olhar transformava em pedra aqueles que a encaravam. Em uma análise do trabalho de VERSACE, o historiador Richard Martin descreve a imagem da medusa não como um logotipo de grife italiana no sentido que a moda a entende, um emblema na tradição renascentista, mas como um estilo de vestir, um estilo de vida. A força desse simbolismo mitológico foi explorada de forma sutil e eloqüente na campanha primavera/verão de 2003. Nas fotos do badalado Steven Meisel, as linhas que sobem do tórax ao queixo dos modelos fazem alusão ao desenho de uma serpente, assim como as serpentes na cabeça da medusa – detalhe que jamais seria notado por alguém desavisado. Uma vez percebidas, entretanto, as serpentes de Steven Meisel hipnotizam. Segundo amigos próximos de Gianni, foi em um palácio do século XVIII na Via del Gesù, em Milão, comprado por ele em 1981, que o estilista encontrou inspiração para a logomarca de seu império, ainda em ascensão. Ao notar o desenho de uma cabeça de Medusa no trinco da porta de entrada da mansão, ele decidiu que usaria a imagem para representar o clássico, o sensual, o perigoso e o teatral.

A evolução visualA famosa Medusa, símbolo com presença constante no logotipo da grife italiana, passou por pequenas modificações ao longo dos anos.

segunda-feira, 5 de março de 2012

História da Estilista Francesa Coco Chanel

  HISTÓRIA DA ESTILISTA FRANCESA COCO CHANEL

Com estilo e elegância, Gabrielle "Coco" Chanel revolucionou a década de 20, libertando a mulher dos trajes desconfortáveis e rígidos do final do século 19. Um verdadeiro mito, Chanel reproduziu sua própria imagem, a mulher do século 20, independente, bem-sucedida, com personalidade e estilo.O estilista alemão Karl Lagerfeld é, desde 1983, o diretor de criação da marca Chanel, tanto para a linha de alta-costura quanto para a de prêt-à-porter. O estilo clássico criado por mademoiselle, revitalizado por Lagerfeld, atravessou o século 20 e se tornou atemporal.

"Eu criei um estilo para um mundo inteiro.
Vê-se em todas as lojas "estilo Chanel". Não há nada que se assemelhe. Sou escrava do meu estilo. Um estilo não sai da moda; Chanel não sai da moda."
Coco Chanel
Reprodução
Gabrielle "Coco" Chanel
Divulgação
Modelo veste figurino clássico Chanel

Símbolo de status

A bolsa com alças de corrente dourada, o colar de pérolas, o tailleur e o vestido preto são os símbolos de elegância e status que marcaram para sempre a história da moda. Mas foi o seu perfume, o Chanel nº 5 - tido como o mais vendido no mundo -, que a tornou milionária.
O perfume foi criado em 1921 por Ernest Beaux a pedido de Gabrielle Chanel, que sugeriu: "Um perfume de mulher com cheiro de mulher". Dentro de um frasco art déco - que foi incorporado à coleção permanente do Museu de Arte Moderna de Nova York em 1959 -, o Chanel nº 5 foi o primeiro perfume sintético a levar o nome de um estilista.
Vida e Carreira



Nascida em Saumur, França, em 19 de agosto de 1883, Chanel chegou a Paris aos 16 anos. Logo conheceu o milionário criador de cavalos, Etienne Balsam, de quem tornou-se amante. Mais tarde, em 1910, conseguiu, com ajuda de amigos e do próprio Balsam, abrir sua primeira loja, onde vendia chapéus.

Foi também noiva do herdeiro inglês do carvão Arthur Capel, que a ajudou a abrir sua segunda loja em Deauville, na época um centro elegante da França. Capel morreu em 1924, vítima de um acidente automobilístico.
Em 1925, Chanel iniciou uma estreita amizade com o duque de Westminster, que a situou no mais alto escalão da aristocracia parisiense. Amiga também do compositor Stravinski - o qual se apaixonou por ela -, o coreógrafo Diaghilev, a bailarina Isadora Duncan, os artistas Jean Cocteau, Picasso, Salvador Dalí e outros igualmente célebres, Chanel esteve sempre ligada às principais correntes artísticas da primeira metade do século 20.
Chanel libertou a mulher das faixas e cintas, dos corpetes apertados, das saias amplas de múltiplos babados e franzidos do fim do século 19 e começo do século 20.
Em 1916, ela introduziu na alta-costura o jérsei de malha, os trajes de tecidos xadrez e a moda escocesa, com blusas de malha fina, as calças boca-de-sino, as jaquetas curtas e os casacos cruzados na frente e acinturados em estilo militar.
Para a noite, Chanel criou vestidos em negro metálico, vermelho escarlate ou bege. Laços e paetês eram os únicos enfeites e não impediam que as mulheres se movimentassem com rapidez, ágeis como pedia a estética de um século onde tudo se tornava automatizado.
O vestido negro, simples, com gola e mangas largas e punhos, a jaqueta de corte reto e a saia simples foram inovações da estilista.
O nascimento do chamado "pretinho básico" data de 1926, quando uma ilustração na revista "Vogue" mostrava o vestido desenhado por Chanel - o primeiro entre vários que iria produzir ao longo de sua carreira.
Seus modelos simples, ao alcance da mulher de bom gosto e de poucos recursos, foram muito imitados e confeccionados em mais categorias de preços do que qualquer outra criação da alta-costura.
Foi ela também quem introduziu as falsas jóias ao mundo da moda. Chanel sempre gostou de usar muitos acessórios, como colares de correntes ou pérolas de várias voltas.
Em 1939, no início da Segunda Guerra, a estilista decidiu fechar suas lojas. Ela acreditava que não era uma época para a moda. Mudou-se para o hotel Ritz e conheceu o alemão Hans Dincklage, espião nazista, de quem tornou-se amante.
Em 1945, foi para a Suíça, voltando a Paris somente em 1954, ano em que também retornou ao mundo da moda. Sua nova coleção não agradou aos parisienses, mas foi muito aplaudida pelos americanos, que se tornaram seus maiores compradores.
Chanel morreu em Paris, no dia 10 de janeiro de 1971, aos 87 anos, em sua suíte particular no hotel Ritz.